“É mais um exemplo do caminho de desmantelamento seguido pela ministra da Saúde, com o objetivo de fechar esta unidade hospitalar integrada no Centro Hospitalar Lisboa Norte, de que faz também parte o Hospital de Santa Maria”, indica o bastonário dos Médicos numa nota enviada à agência Lusa, com o título “Não vamos deixar a ministra fechar o Pulido Valente”.
Para a Ordem, a falta de anestesiologistas em presença física no Pulido Valente, pelo menos no fim de semana passado, “fragiliza a resposta à população da zona de Lisboa” e torna o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “incapaz de responder ao seu desígnio de universalidade e equidade”.
A reação da estrutura representativa dos médicos surge depois de uma notícia da agência Lusa no sábado que deu conta de que médicos do Pulido Valente foram surpreendidos com a falta de anestesistas com presença física na unidade hospitalar, tendo manifestado a sua preocupação.
“A decisão, já de si condenável na sua essência, é substancialmente agravada ao não ser devidamente comunicada aos médicos das restantes especialidades que estavam de serviço e que desconheciam que não havia um anestesiologista escalado, pelo que em caso de urgência a resposta aos doentes poderia ter sido comprometida”, alerta o bastonário.
Miguel Guimarães pede uma “explicação cabal da ministra da Saúde e da administração do Centro Hospitalar”.
Num comunicado divulgado no domingo o Centro Hospitalar indicava que estava um anestesista de prevenção a menos de 30 minutos do hospital.
Mas para a Ordem isso não é suficiente e “não é compatível com os tempos de resposta e a diferenciação dos casos acompanhados no Pulido Valente”.
“Pela falta de anúncio desta decisão aos médicos do hospital é fácil de perceber a má política de gestão de recursos humanos que é feita na instituição”, critica.
No comunicado hoje divulgado, o bastonário dos Médicos refere que quer também saber o que tem sido feito para atrair mais profissionais da especialidade de anestesiologia e para manter os atuais quadros.
Depois do caso da falta de anestesistas no Pulido Valente ter sido tornado público, 12 médicos dirigentes de serviços e unidades do hospital enviaram uma carta ao diretor clínico exigindo esclarecimentos.
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