“É um homem do Serviço Nacional de Saúde [SNS], é cirurgião, é conhecedor do SNS e é um homem defensor do SNS”, realçou à Lusa Carlos Cortes, afirmando que é alguém que defende “uma liderança aberta, que sabe trabalhar em equipa, dialogar, ouvir as pessoas e tomar decisões em grupo”.
Carlos Cortes adiantou que já falou com novo responsável pela Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) para o felicitar pela nomeação e para “o sensibilizar pela realidade que vai ter pela frente”.
“O doutor António Gandra também é militar e, portanto, tem estado a liderar um conjunto de missões no estrangeiro para salvar vidas, para amenizar o sofrimento das pessoas em cenários muito difíceis, em cenários de catástrofe, muitas vezes. É um homem profundamente bom neste aspeto”, salientou.
Considerando o SNS “cada vez mais desumanizado”, o bastonário da OM disse esperar que o novo diretor da DE-SNS “tenha a capacidade de reverter a tendência” e dar um “enquadramento de humanização” ao sistema de saúde.
À Lusa, Carlos Cortes destacou ainda o facto de António Gandra d’Almeida ser “uma pessoa fora do circuito normal”.
“É uma pessoa nova, apesar de ter conhecimento desta matéria. Infelizmente, em Portugal, tínhamo-nos habituado a ver sempre as mesmas pessoas nomeadas ciclicamente para lugares diferentes num círculo muito fechado. E, pela primeira vez, um alto cargo do Ministério da Saúde é ocupado por uma pessoa que é nova”, frisou.
O Ministério da Saúde anunciou hoje que escolheu o médico António Gandra d’Almeida para substituir Fernando Araújo como diretor executivo do SNS e adiantou que o tenente-coronel tem uma vasta experiência em emergência médica.
Em comunicado, o ministério indica que o novo responsável foi diretor da delegação regional norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), é comandante do Agrupamento Sanitário, desempenha atividade assistencial hospitalar e pré-hospitalar e que nas Forças Armadas acumulou funções de chefia e de coordenação.
O substituto de Fernando Araújo, tem 44 anos, é tenente-coronel médico dos quadros permanentes do Exército português e licenciou-se na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.
António Gandra d’Almeida tem uma especialização académica e profissional, destacando-se a formação complementar na Academia Militar, uma Pós-Graduação em Saúde Militar, o mestrado European Master in Disaster Medicine e a especialidade em Cirurgia Geral, bem como a Competência em Gestão de Serviços de Saúde, Emergência e Medicina Militar pela Ordem dos Médicos.
O novo diretor-executivo foi responsável pelas Vias Verdes da Região Centro do INEM, desde 2014 até 2019, e esteve à frente da instalação e coordenação da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Barreiro, entre 2016 e 2018, de acordo com a informação divulgada pelo ministério.
Também colaborou em várias comissões do Estado-Maior do Exército, EMGFA e do Ministério da Saúde, entre as quais: Comissão de Trauma da ULSGE – Unidade Local de Saúde de Gaia e Espinho, Comissão de Remodelação do Serviço de Urgência da ULSRA – Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro, Comissão Nacional de Trauma, Comissão do Doente Crítico do Algarve, e Comissão Instaladora da Competência em Medicina Militar.
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