Em declarações à Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, adiantou que são medidas que “têm que ser imediatamente avaliadas, analisadas e implementadas”, para traçar “um caminho diferente para o sistema de saúde na sua globalidade, mas, fundamentalmente, para o Serviço Nacional de Saúde”.
A Ordem dos Médicos responde assim ao compromisso assumido ainda durante a campanha eleitoral pelo atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, de, nos primeiros 60 dias do novo Governo, apresentar um plano de emergência para o Serviço Nacional de Saúde, a aplicar até final de 2025.
Entre o “conjunto de preocupações” que o bastonário vai transmitir na reunião de segunda-feira, às 09:00, destaca-se “a valorização das condições de trabalho dos médicos, do papel dos médicos no seio do Serviço Nacional de Saúde, no seio de todo o sistema de saúde, tendo em conta aquela que é a sua elevada diferenciação e a sua responsabilidade”.
Carlos Cortes concretiza que a valorização passa por criar “uma nova carreira médica”, que comece no internato médico e acompanhe o médico, “independentemente do local onde esteja, no setor público, no setor privado ou no setor social” e da tutela desse mesmo local (Ministério da Saúde, Ministério da Defesa Nacional, Ministério da Justiça, etc.).
Além disso, é preciso analisar as Unidades Locais de Saúde, de forma a “corrigir a trajetória” desta reestruturação.
“Achamos lamentável não ter havido nenhuma avaliação prévia, nenhuma preparação numa reforma das mais importantes que o Serviço Nacional de Saúde teve, que não foi discutida, que não foi avaliada, que não foi refletida”, critica o bastonário.
A Ordem dos Médicos concorda com a integração dos vários níveis de cuidados (primários, hospitalares, continuados, etc.), mas “é uma medida que tem que ser avaliada”.
Carlos Cortes adiantou ainda que a Comissão de Acompanhamento das ULS da Ordem dos Médicos vai apresentar até à terceira semana de maio um relatório de avaliação sobre “as dificuldades” sentidas nestas unidades.
A modernização do Serviço Nacional de Saúde com recurso às novas tecnologias é outra das preocupações da Ordem.
Carlos Cortes lamenta que Portugal ainda não tenha “um processo único, eletrónico, a funcionar”.
Outras das “preocupações” da Ordem passam por melhorar o funcionamento do Serviço de Urgência e assegurar que todos os portugueses tenham médico de família, o que, atualmente, não é o caso para um milhão e 700 mil pessoas.
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