
O documento, a que o SAPO24 teve acesso, defende que falar abertamente sobre saúde menstrual é fundamental não só para o bem-estar físico, mas também para a saúde psicológica e social das pessoas que menstruam. A OPP destaca que a saúde menstrual ultrapassa a simples ausência de doença, incluindo o acesso a informação rigorosa, produtos adequados, condições de higiene, privacidade e ambientes livres de preconceitos, como escolas e locais de trabalho inclusivos.
Entre os dados nacionais apresentados, quase 40% das pessoas sentem que não têm informação suficiente sobre saúde menstrual, 31,5% faltaram ao trabalho ou à escola no último ano devido a sintomas menstruais, e 12,8% não têm acesso à quantidade suficiente de produtos menstruais para manter uma higiene adequada. O documento também revela que a maioria dos casos de cancro do ovário ou do colo do útero são diagnosticados em fases avançadas, sublinhando a importância do diagnóstico precoce.
A OPP chama ainda a atenção para a pobreza menstrual, que afeta cerca de 500 milhões de pessoas no mundo, e para a necessidade urgente de desmistificar mitos como a associação da menstruação à “impureza” ou a normalização da dor intensa durante o ciclo.
Como resposta, a Ordem propõe cinco recomendações estratégicas para políticas públicas: promover a literacia em saúde menstrual, garantir acesso universal a produtos e espaços dignos, integrar a saúde menstrual nos cuidados de saúde, combater o estigma e a discriminação, e priorizar a saúde menstrual nos programas nacionais de financiamento científico.
A OPP reforça que o cuidado com a saúde menstrual deve abranger todas as fases da vida, desde a menarca até à menopausa, garantindo dignidade e igualdade de género.
O documento completo está disponível online para consulta.
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