Em declarações à agência Lusa, Rui Madureira explicou que a organização começou a reparar em críticas que surgiram nas redes sociais no sábado à noite, que provocaram "surpresa", e que depois de analisado o conteúdo foi verificado que “várias agências de viagens, sites e blogues em Espanha” divulgaram informações que não correspondiam à realidade.
“Pura e simplesmente tinham apanhado as informações que estavam disponíveis nos meios de comunicação social em Portugal, e com traduções livres induziram as pessoas em erro”, disse Rui Madureira, adiantando que estas entidades criaram uma imagem a que a organização é "alheia, numa perspetiva falaciosa do projeto”.
De acordo com o responsável, as entidades em questão já foram contactadas, através do gabinete jurídico e algumas já começaram a retirar a informação inicilamente divulgada.
Rui Madureira indicou ainda que depois das explicações portuguesas às entidades espanholas que tinham apresnetado queixa, algumas já retiraram os processos e pediram desculpa, depois de perceberem que a responsabilidade pelas informações veiculadas não era da organização.
Tendo em conta que no sábado as condições climatéricas “foram muito adversas, com muita chuva”, a experiência dos visitantes, de acordo com Rui Madureira, sofreu “alguns constrangimentos”.
Por essa razão, a organização decidiu “convidar as pessoas que estiveram no sábado, e que o comprovem, para voltarem ao recinto até 12 janeiro”, sem custos.
Em relação às renas, que também estão a ser alvo de críticas por estarem no recinto em determinadas condições, Rui Madureira explicou que os animais “estão devidamente licenciados”, e que pertencem à associação Burro do Magoito, “extremamente idónea e fidedigna na gestão de animais já com vários anos de existência” e que está “lado a lado com a proteção animal”.
“As renas não têm qualquer tipo de função, são meramente contemplativas, fazem parte do imaginário das crianças, que associam o Natal às renas”, explicou, adiantando que os animais “não possuem hastes dado que caem no inverno e crescem na primavera”.
Em relação à fotografia em que aparece uma rena deitada no chão, Rui Madureira esclarece que “não é por estar deitado que um animal é maltratado”, salientando que os animais por vezes deitam-se como os cães ou os gatos domésticos.
“Todas as autoridades oficiais já aqui estiveram para verificar a questão do licenciamento dos animais”, disse, garantindo existirem “todos os requisitos legais necessários para ter os animais com o projeto”.
Outra das críticas apontadas ao espaço prende-se com a promessa de neve. Rui Madureira avança que esta existe num espaço interior de cerca de 1.300 metros quadrados, nomeadamente o Palácio dos Guardiões, onde há 50 toneladas de blocos de gelo provenientes da Finlândia.
“Trata-se de uma experiência sensorial com neve e gelo. A neve existe em ambiente 'indoor'. Não neva no recinto todo, não há histórico de nevar em Oeiras e milagres não conseguimos fazer”, afirmou.
A Câmara de Oeiras, no distrito de Lisboa, comprometeu-se na segunda-feira a “proceder à averiguação dos factos” que estão a levar centenas de turistas espanhóis a reclamar contra um parque de Natal, que abriu portas este fim de semana em Algés.
“Tendo tomado conhecimento de reclamações de visitantes da Capital do Natal, evento privado e apoiado por diversas entidades, a Câmara de Oeiras já está a proceder à averiguação dos factos”, lê-se num comunicado divulgado pela autarquia.
A Capital do Natal foi apresentada como um “sítio mágico” que dá a oportunidade de se “brincar com neve real”, “patinar na maior pista de gelo” e ver espetáculos de luzes num grande lago no centro do recinto, entre outros.
O Christmas Fun Park da Europa está a ser comercializado também em Espanha, e este fim de semana foram vários os turistas espanhóis que se deslocaram ao parque nos arredores de Lisboa.
Contudo, centenas deles estão a tecer grandes críticas à Capital do Natal, a exigir o dinheiro de volta e o encerramento do parque, alegando que a imagem que lhes foi vendida não corresponde à realidade e que “nem neve havia”.
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