“Não entram em Portugal autocarros que não sejam devidamente homologados. Mesmo os usados são homologados, cumprem todas as normas. A forma de renovarmos o sistema de transportes coletivos em Portugal é adquirir veículos mais recentes”, afirmou José Mendes, no Porto, reagindo assim às declarações do presidente da Salvador Caetano Indústria, José Ramos.
No âmbito da apresentação do e.BUS, autocarro 100% elétrico que se encontra em testes até meados março na Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), José Ramos apelou ao secretário de Estado para que seja feita uma alteração à legislação relacionada com a segurança daqueles veículos, afirmando que “55% dos autocarros matriculados em 2016 em Portugal foram importados”.
O responsável da Salvador Caetano recordou o acidente na autoestrada A1 no dia 11, afirmando que se aquele autocarro “não respeitasse todas as regras de segurança teria sido uma tragédia”. Segundo José Ramos, as cadeiras dos autocarros podem estar homologadas mas “se o acoplamento” das mesmas não estiver aprovado de nada serve essa homologação.
“O que aconteceu nos últimos anos foi um desinvestimento no sistema de transportes em Portugal e isso aconteceu também nos operadores públicos, que procuraram opções mais económicas (…)”, disse o secretário de Estado, destacando o concurso que se encontra aberto até ao final do mês para renovação de frota “na ordem dos 60 milhões de euros, que vai permitir comprar 500 ou 600 autocarros novos”.
José Mendes, reafirmando que está a regressar o investimento na área dos transportes, “o que não acontecia desde 2011”, apelou aos presidentes de câmaras para procurem “um nível muito maior de descarbonização”, esperando que, em 2030, o sistema de transportes públicos seja, na sua totalidade, mais amigo do ambiente.
Aos jornalistas, no final da cerimónia, o secretário de Estado referiu que “a ideia é que num horizonte temporal que ainda está a ser estudado, à imagem do que vai acontecendo em alguns países europeus”, Portugal consiga alcançar a “total eletrificação do sistema de transportes coletivos de passageiros”, para assim reduzir os níveis de emissões de CO2.
“Nesta renovação de frota estamos a procurar adquirir veículos ambientalmente mais amigáveis. Não é ainda possível eletrificarmos todas as frotas de transporte público”, disse.
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