“A greve às aulas [que estamos a fazer hoje] é uma consequência muito menor das consequências que podemos vir a enfrentar com as alterações climáticas. Os jovens estão muito alarmados” defendeu em declarações à Lusa, a porta-voz do coletivo, Salomé Rita, presente na manifestação, que decorreu em Lisboa, em resposta a um apelo internacional do ’Fridays For Future’.
Em oposição, a ativista negou que os decisores políticos estejam preocupados com a crise climática.
“Os governos não têm feito nada. Todas as propostas colocadas em cima da mesa não tiveram uma ação imediata. Existe muita inação e é por isso que saímos às ruas. Queremos mobilização”, apontou.
Os jovens do coletivo exigem a requalificação dos profissionais, o desenvolvimento da ferrovia, o investimento nos transportes públicos e que estes sejam gratuitos, de modo a diminuir o uso de veículos pessoais.
Bruna Silva, também porta-voz da organização, sublinhou que atualmente os recursos existem, mas que “é necessário uma grande coragem por parte das estruturas políticas para os alocar para o que realmente importa. O que está em causa é a sobrevivência de toda a humanidade”.
O protesto, que se quis inclusivo, de acordo com a organização que promove os protestos em Portugal desde 2019, dirigiu-se para as escolas Nuno Gonçalves e Dona Luísa de Gusmão, com o objetivo de angariar mais participantes, e terminou na Alameda.
“Não há planeta B”, “apaga as luzes quando sais de casa”, “aqui há capitalistas há” foram algumas das palavras de ordem que se podiam ouvir e ler nos cartazes levantados.
Além de Lisboa estão previstas para hoje ações de jovens ativistas para oito localidades: Alcácer do Sal, Braga, Caldas da Rainha, Leiria, Faro, Guimarães, Porto e Santarém.
Esta greve climática estudantil foi convocada pelo ’Fridays For Future’ com cerca de 1.500 ações em vários pontos do mundo.
O movimento ambientalista surgiu em 2018 quando a jovem ativista sueca Greta Thunberg protestou durante três semanas escolares em frente ao parlamento sueco, a favor da justiça climática.
A última greve climática global realizou-se em 24 de setembro e juntou cerca de 800 mil pessoas em mais de 1.500 cidades, segundo o balanço do ‘Fridays for Future’.
Na página do movimento global que promove as iniciativas, o ‘Fridays for Future’ escreve que os estudantes não têm outra escolha: “Estamos a lutar pelo nosso futuro e pelo futuro dos nossos filhos. Fazemos greve porque ainda há tempo para mudar, mas o tempo é essencial”.
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