“Tantos meses nestas condições é um crime muito grave e um atentado contra um direito fundamental das crianças”, disse Helena Silva durante a reunião do executivo, no período reservado à intervenção do público.

Segundo aquela mãe, os 214 alunos daquela escola tiveram de passar os recreios num espaço de 200 metros quadrados.

“Nem sequer um metro quadrado por criança”, referiu, sublinhando que foram sugeridos pelos pais dois espaços alternativos para os recreios, mas nenhum deles foi aceite.

Cristina Marques, outra mãe, acrescentou que as crianças tiveram de passar os recreios num espaço fechado, sem luz natural, quando há um terreno contíguo que poderia ter sido utilizado para o efeito.

Os pais criticaram ainda a exposição das crianças a um “excesso de ruído”, decorrente das obras.

Vincando a “discriminação” daqueles alunos, que não puderam “aprender em silêncio”, os pais aludiram a um impacto negativo a nível da estimulação motora das crianças, a um aumento de peso de algumas crianças, a dores de cabeça e a casos de rejeição da escola.

O assunto foi também levado à reunião pelos vereadores do PS e da CDU, que referiram que, com planeamento atempado, teria sido possível acautelar aqueles constrangimentos.

Na resposta, o presidente da Câmara disse que as obras têm sempre transtornos e que, sempre que é considerado necessário, são encontradas alternativas para as atividades letivas.

“Neste caso concreto, as obras foram consideradas compatíveis com as atividades letivas”, referiu, dizendo ainda que “os ruídos não superam os limites legais”.

Disse ainda que durante as provas de aferição as obras serão interrompidas.

A vereadora da Educação, Carla Sepúlveda, explicou que o timing das obras foi antecipado devido às infiltrações de água registadas durante as chuvadas do início do ano.

Explicou que uma das alternativas para o recreio sugeridas pelos pais foi rejeitada pelo município por falta de condições de segurança e que a outra não foi admitida pela direção do agrupamento.

Acrescentou que, até ao final do presente ano letivo, as crianças disporão de um espaço adicional de 85 metros quadrados, graças à retirada dos andaimes. As obras na escola deverão estar concluídas dentro de duas ou três semanas.