Num discurso na sessão solene comemorativa do 25 de Abril, no parlamento, Inês de Sousa Real defendeu que a “música da liberdade” que tocou há 50 anos inspirou o país a lutar “por melhores condições de vida, pelos direitos humanos e justiça social” e deixou um legado “que hoje assume nova dimensão perante os grandes desafios” contemporâneos, como as guerras, as alterações climáticas ou “a ascensão de forças políticas que põem em causa direitos humanos”.
“À medida que ouvimos a música que hoje toca, somos confrontados com uma realidade que nos preocupa profundamente, que se espalhou pela Europa e que hoje se espalha por Portugal. Casa a casa, rua a rua”, destacou.
A porta-voz do PAN frisou que “os direitos conquistados aos poucos, e subtilmente, estão a ser postos em causa, não apenas os direitos das mulheres, dos mais vulneráveis, mas também os direitos dos animais e o respeito pela natureza”.
“A revolução da empatia exige que nos ergamos em defesa desses direitos, que nos tornemos capitãs e capitães, defensores da liberdade e da dignidade de todos os seres vivos”, sustentou.
Para Inês de Sousa Real, “é também chegada a hora de uma nova música, desejada por tantas e tantos, uma música que leve Abril à natureza”, que leve “em direção a um futuro promissor para todas e todos, a uma revolução que trave o declínio da biodiversidade, que promova a abolição de atividades cruéis para com os animais e o direito a viverem em liberdade no seu habitat natural”.
“É hora de sintonizar uma nova música da liberdade, de nos erguermos contra aqueles que procuram silenciar a voz de Abril”, afirmou.
A porta-voz do PAN sustentou que não se pode permitir que, “volvidos 50 anos do 25 de Abril, se silencie a voz e o caminho do progresso e se veja incutir novamente a cultura do medo, do medo pelos direitos” que a mulheres conquistaram desde Abril” ou “os direitos que garantem a igualdade e a inclusão”.
Sousa Real acrescentou que não se pode permitir “que construíam trincheiras” e se alimente a ideia de que se tem de “ser uns contra os outros”.
“Abril deu-nos o direito de viver desassombrados do medo. Cantemos por isso Abril e não deixemos que nos tirem a liberdade e a esperança de sonhar e acreditar numa sociedade melhor para todas e todos sem exceção”, afirmou.
Não se pode permitir, prosseguiu a líder do PAN, “que a música da liberdade pare e que a voz de Abril fique silenciada”.
“O poder de manter viva a chama e a música de Abril está em todas e todos nós. Contam com o PAN para continuar a cantar, com novas estrofes, a música de Abril e lutar por um país que respeite as pessoas, os animais e a natureza”, concluiu, num discurso aplaudido pelas bancadas da esquerda.
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