Francisco, de 86 anos, criou esta comissão em 2014, em resposta ao escândalo dos abusos sexuais dos clérigos da Igreja Católica contra menores.

O Papa criticou novamente a “má gestão” dos líderes da Igreja Católica em relação àquilo que classificou como o “terrível flagelo” das agressões sexuais.

Associações de apoio especializado à vítima de violência sexual:

Quebrar o Silêncio (apoio para homens e rapazes vítimas de abusos sexuais)
910 846 589
apoio@quebrarosilencio.pt

Associação de Mulheres Contra a Violência - AMCV
213 802 165
ca@amcv.org.pt

Emancipação, Igualdade e Recuperação - EIR UMAR
914 736 078
eir.centro@gmail.com

“Não desanimem quando parecer que houve poucas mudanças para melhor. Perseverem e vão em frente”, disse Francisco aos novos membros nomeados para a comissão.

“Usem as vossas capacidades e conhecimentos para ajudar a reparar um flagelo terrível na igreja, nomeadamente trabalhando para ajudar as diversas igrejas” pelo mundo, declarou.

O Papa citou, em particular, as desigualdades que ocorrem em África, na Ásia e na América do Sul, onde as vítimas não beneficiam da mesma ajuda que nos países do Hemisfério Norte e onde os programas de instrução para os clérigos são insuficientes.

“Não é normal que as regiões mais prósperas do mundo tenham programas de prevenção bem estruturados e bem financiados, onde as vítimas e as suas famílias são respeitadas, e noutras partes do mundo as vítimas sofram em silêncio, talvez rejeitadas ou estigmatizadas quando tentam denunciar o ataque que sofreram”, sublinhou.

A comissão foi confrontada com uma série de problemas desde a sua criação e, em março, o seu membro mais influente, Hans Zollner, renunciou ao posto, acusando o organismo de problemas estruturais e de falta de transparência.

Francisco tentou fortalecer a comissão, integrando-a no departamento do Vaticano responsável por lidar com casos de agressão sexual cometidos pelo clero.

A comissão também concluiu um novo acordo em abril com o dicastério do Vaticano encarregado da evangelização.

O responsável pelo dicastério para evangelização, o cardeal Luis Antonio Tagle, admitiu na época que a comunicação dos regulamentos e diretrizes impostas pelo Vaticano às igrejas de outras regiões constituía um desafio.