Francisco, de 86 anos, criou esta comissão em 2014, em resposta ao escândalo dos abusos sexuais dos clérigos da Igreja Católica contra menores.
O Papa criticou novamente a “má gestão” dos líderes da Igreja Católica em relação àquilo que classificou como o “terrível flagelo” das agressões sexuais.
“Não desanimem quando parecer que houve poucas mudanças para melhor. Perseverem e vão em frente”, disse Francisco aos novos membros nomeados para a comissão.
“Usem as vossas capacidades e conhecimentos para ajudar a reparar um flagelo terrível na igreja, nomeadamente trabalhando para ajudar as diversas igrejas” pelo mundo, declarou.
O Papa citou, em particular, as desigualdades que ocorrem em África, na Ásia e na América do Sul, onde as vítimas não beneficiam da mesma ajuda que nos países do Hemisfério Norte e onde os programas de instrução para os clérigos são insuficientes.
“Não é normal que as regiões mais prósperas do mundo tenham programas de prevenção bem estruturados e bem financiados, onde as vítimas e as suas famílias são respeitadas, e noutras partes do mundo as vítimas sofram em silêncio, talvez rejeitadas ou estigmatizadas quando tentam denunciar o ataque que sofreram”, sublinhou.
A comissão foi confrontada com uma série de problemas desde a sua criação e, em março, o seu membro mais influente, Hans Zollner, renunciou ao posto, acusando o organismo de problemas estruturais e de falta de transparência.
Francisco tentou fortalecer a comissão, integrando-a no departamento do Vaticano responsável por lidar com casos de agressão sexual cometidos pelo clero.
A comissão também concluiu um novo acordo em abril com o dicastério do Vaticano encarregado da evangelização.
O responsável pelo dicastério para evangelização, o cardeal Luis Antonio Tagle, admitiu na época que a comunicação dos regulamentos e diretrizes impostas pelo Vaticano às igrejas de outras regiões constituía um desafio.
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