"Os recentes resultados das conversações para a formação de um Governo na Alemanha são um sinal forte, encorajando todos aqueles que têm trabalhado para uma Europa social unida, democrática e próspera. Aguardo com expectativa que seja formado, nesta base, um Governo na Alemanha, criando novas oportunidades para o progresso e a mudança na Europa", escreveu António Costa num artigo publicado no jornal New Westfälische.
O primeiro-ministro português considera que é necessário "um novo e forte ímpeto para uma Europa progressista".
António Costa defende que "os próximos meses serão decisivos para o futuro da União Europeia", seja relativamente a um "crescimento económico sustentável, criação de emprego decente e luta contra o desemprego jovem, a conclusão da União Económica e Monetária, as políticas de migração e asilo, a política externa e de defesa europeia, a digitalização, automação, energia e transição ecológica ou para o pilar dos direitos sociais".
"Estão à nossa frente importantes decisões europeias, agora é a altura de as tomarmos, assegurando que a União Europeia está pronta e munida dos meios adequados de ação quando chamada a assumir as suas responsabilidades perante os cidadãos europeus e o mundo. Em todas estas áreas, a Europa precisa de impulsos progressistas para continuar a avançar com firmeza e união", lê-se no artigo.
No texto publicado no New Westfälische, cuja versão em inglês foi disponibilizada à agência Lusa, António Costa defende uma Europa "que investe mais em educação, em emprego, na convergência económica e social entre todos os estados-membros, uma Europa que marca o ritmo mundial na luta contra as alterações climáticas".
O primeiro-ministro português preconiza uma Europa que "garante uma tributação adequada para todos", liberdade e segurança, e que "constrói respostas comuns e solidárias para a imigração e o asilo", e que "fortalece direitos sociais básicos e protege os interesses dos trabalhadores".
António Costa defende uma "Europa que contribui, através da sua política externa, para a paz global, a proteção dos direitos humanos e o desenvolvimento justo e sustentável no mundo", uma Europa que vive de acordo com os seus valores, ultrapassando o "nacionalismo, o populismo", indo ao encontro das "expectativas dos seus cidadãos".
"Agora é a altura de agir, num espírito de parceria, responsabilidade e solidariedade, num espírito europeu", desafia o chefe do Governo português.
O Partido Social-Democrata alemão (SPD) aprovou hoje a abertura de negociações formais para uma nova coligação de Governo com o bloco conservador da chanceler Angela Merkel.
O congresso federal do SPD, que se realizou na cidade de Bona, aprovou por maioria a proposta do líder do partido, Martin Schulz.
O líder do SPD pedia o "sim" a um pré-acordo para formar um Governo estável na Alemanha. Correntes internas no partido, como a dos jovens, estavam contra esta orientação.
A chanceler alemã, Angela Merkel, já saudou o "Sim" dos social-democratas para iniciar negociações com o seu partido, que augurou serão "intensas".
"Temos muito trabalho pela frente", disse a chanceler, numa breve comparência na sede da União Democrata-Cristã (CDU) em Berlim.
Merkel mostrou-se confiante em que as reuniões decorram num "clima de sensatez", apesar das "divergências" quanto aos conteúdos, e indicou que o pré-acordo alcançado a 12 de janeiro será "a base" para chegar a consenso sobre as políticas de um futuro Governo alemão.
Entre os principais objetivos, apontou o impulsionamento da economia, o digital, a justiça social e a segurança nacional.
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