Num discurso no final de uma arruada pelo centro de Loures, Paulo Raimundo salientou que se está a “poucas horas” das eleições europeias e procurou contrariar a ideia de que a “CDU é contra a Europa”.
“Nós não somos contra a Europa, nós queremos salvar a Europa. Nós queremos salvar a Europa, nós queremos salvar a Europa da injustiça em que está mergulhada, das desigualdades que se exprime todos os dias na vida de milhares de cidadãos”, afirmou Paulo Raimundo.
O secretário-geral do PCP acrescentou ainda que a coligação quer salvar a Europa “dessas grandes multinacionais para quem tudo é negócio – a água, o ambiente, a natureza, o ar, a saúde” – e também de quem insiste na escalada da guerra.
“Até dói no coração a forma ligeira com que alguns falam da guerra. É que não estamos a tratar de um jogo qualquer, de um ‘videogame’ de uma PlayStation onde, quando se morre, volta-se ao princípio: não, aqui o que estamos a falar é da destruição, da morte de milhares de pessoas”, afirmou, com vários militantes a entoarem o cântico “paz sim, guerra não”.
O líder comunista salientou também que a CDU quer “salvar a Europa das mãos dessa entidade abstrata que se chama Banco Central Europeu (BCE)”, que considerou ser “tão rápido a subir as taxas de juro, mas tão lento em as fazer descer”.
“É tão rápido a procurar concentrar milhões e milhões de lucros nas grandes multinacionais e incapaz, por vontade e opção, de responder às necessidades de quem trabalha e trabalhou uma vida inteira”, criticou.
Paulo Raimundo argumentou que a ideia de que a CDU é contra a Europa é reproduzida por quem quer “desviar as atenções” e procura “sacudir as responsabilidades que tem” pela atual situação nacional.
“Pois aqui estamos, de cara levantada, para afirmar que a CDU não enterra a cabeça na areia perante as consequências das opções políticas erradas da União Europeia (UE) que os governos nacionais teimam em seguir de forma seguidista. Não enterramos a cabeça na areia e não fazemos de conta que os problemas não existem”, disse.
Depois, o líder do PCP criticou quem anda a dizer que “o que se vai resolver nas eleições é saber quem vai ser o partido mais votado” – numa alusão à ideia de que estas eleições podem ser uma segunda volta das legislativas -, salientando que o que vai a votos é a eleição de 21 eurodeputados.
“O que está hoje em decisão é saber, desses 21 deputados, há um, dois ou três – não interessa, aqueles que o povo der -, que vão lá fazer a diferença e ser a voz dos trabalhadores, do povo, dos jovens, das mulheres, dos agricultores, dos pescadores, dos micro, pequenos e médios empresários, dos pequenos comerciantes. É isso que está em causa”, afirmou.
Paulo Raimundo salientou que “há muita gente, inclusive muita gente para lá da força da CDU -até de outros partidos – que sabe a falta que faz a CDU” e acrescentou que “o voto em outros partidos não fará a diferença praticamente nenhuma”.
“É hora de apelar a todos, independentemente da força em que votaram em eleições anteriores ou daquilo em que começaram a pensar no início destas eleições, (…) a mobilizarem-se, sair de casa, e votarem na foice e o martelo com o girassol ao lado: votarem na CDU”, disse.
O secretário-geral do PCP apelou em particular a que, na reta final da campanha, se procure convencer os indecisos, defendendo que é esse o caminho que a coligação tem de fazer “até às 19:00 do próximo dia 09 de junho”.
“Há espaço para crescer e alargar. Não esperemos para segunda-feira, para depois nos virmos eventualmente queixar”, disse.
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