O programa das comemorações do músico que nasceu a 16 de fevereiro de 1925 e foi militante comunista entre 1958 e 2004, ano da sua morte, foi apresentado numa sessão no Centro de Trabalho Vitória, na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
As comemorações, que terão como lema “O povo e uma guitarra”, arrancam este ano, na 48.ª edição da Festa do Avante!, entre 06 e 08 de setembro, com uma homenagem a Carlos Paredes no concerto sinfónico logo no primeiro dia.
A companheira do guitarrista, Luísa Amaro, irá tocar também no Avante!, juntamente com a guitarrista Mafalda Lemos e o clarinetista Gonçalo Lopes, num concerto intitulado “Sons de guitarra para Carlos Paredes”.
Esta edição do certame que assinala a rentrée do PCP haverá também um painel expositivo no espaço central.
A apresentação ficou a cargo de Bárbara Carvalho, dirigente comunista para o setor cultural, que defendeu que estas comemorações “não são um mero exercício de memória, além de celebrarem Paredes e a sua música, contribuirão para aprofundar o conhecimento sobre o homem, sobre a obra e o pensamento”.
Em fevereiro do próximo ano será organizado um seminário “com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o homem, sobre a música e o seu pensamento estético” e esta iniciativa dará origem a uma publicação “que contribuirá para a literatura sobre Carlos Paredes, sobre a música portuguesa das últimas décadas e sobre a conceção de cultura dos comunistas”, indicou.
Em abril haverá lugar a um concerto de homenagem ao guitarrista, que “reunirá músicos de diferentes gerações” e “será uma celebração da sua arte e de como as suas criações continuam a inspirar novas formas de expressão”.
Bárbara Carvalho disse também que a estas iniciativas vão somar-se “outros momentos a desenvolver pelas organizações regionais do partido”.
Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, recordou Carlos Paredes como um “génio da guitarra” e uma “figura ímpar no meio musical em Portugal”.
“Comemorar o centenário de Carlos Paredes é sobretudo relembrar e valorizar a vida e a obra de um homem que foi, e é, um símbolo ímpar da cultura portuguesa e um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa”, defendeu, apontando que “a militância no partido foi testemunho da sua grande dimensão humana, do seu imenso talento artístico e da ardente vivência que marcou toda a sua existência”.
Jorge Pires considerou também que “Carlos Paredes é o exemplo inequívoco de um artista comprometido com o seu povo, com quem nunca deixou de estar antes e depois do 25 de Abril de 1974 e que foi fonte de inspiração para a sua obra” e assinalou que Paredes, “nunca tendo desvalorizado a resistência e o que representou na luta contra o fascismo, recusou sempre o estatuto de herói pelo facto de ter passado pelas prisões fascistas”.
Também presente na cerimónia, e antes de tocar composições de Carlos Paredes, a companheira do músico assinalou o seu “humanismo, generosidade para com todos e a forma disciplinada com que estava na vida”.
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