Depois de defender mais incentivos à produção nacional no setor agroalimentar e desafiado a comentar a entrevista da líder do BE, Catarina Martins, ao jornal Público, Jerónimo de Sousa não se quis alongar em apreciações às palavras da líder bloquista, mas definiu divergências.
"Não tenho grande jeito para ser comentador de entrevistas de outros. Recusamos qualquer conceção de nacionalização temporária porque isso inevitavelmente levaria à ideia de socializar os prejuízos e, depois, entregar ‘em limpo' os lucros ao capital financeiro", afirmou.
O líder comunista realçou que a instituição resultante do extinto Banco Espírito Santo é "o terceiro maior banco do país" e podia continuar a ter um "papel importantíssimo no financiamento das Pequenas e Médias Empresas e famílias".
"Como se chegou aqui, quem ganhou, quem perdeu, quem deve pagar os prejuízos, que não, mais uma vez, os portugueses?, questionou, declarando-se favorável à nacionalização, mas não "tout cour" ("pura e simplesmente").
A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmara não conhecer nacionalizações que sejam permanentes.
"Continuamos a considerar que, tendo em conta a realidade e a avaliação das PPP, não é o caminho para valorizar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que seja atirado para o privado tanto a construção como a gestão [dos hospitais]", opinou ainda relativamente às próximas decisões do executivo neste âmbito.
Jerónimo de Sousa sublinhou que "o Estado tem responsabilidades na defesa do SNS", uma "área do setor público que deve ser reforçada no plano dos serviços e do financiamento".
"Não fazemos graduações. Estivemos e estamos contra as PPP", disse.
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