Em conferência de imprensa, nos Passos Perdidos da Assembleia da República, a líder parlamentar comunista, Paula Santos, sustentou que a demissão de Marta Temido revela “a necessidade de uma outra política na área da saúde”.
“A questão que se coloca neste momento é se o Governo vai ou não avançar com as soluções que são fundamentais para salvar o SNS, se vai ou não avançar no sentido da valorização das carreiras e das remunerações dos trabalhadores da saúde” e com a um regime de dedicação exclusiva, sublinhou a deputada.
Paula Santos rejeitou responder se o PCP esperava a demissão da governante, face aos problemas apontados nos últimos meses ao SNS: “Mais do que as pessoas ou os rostos do Governo, aquilo que é importante — e que é a questão fundamental que o PCP coloca — é a necessidade de avaliação das políticas [encetadas].”
A demissão de Marta Temido ocorreu na madrugada de hoje e para a líder da bancada e membro da Comissão Política do Comité Central do PCP “tem de ser olhada e apreciada” na ótica das políticas. Para o partido este é único ponto que interessa, argumentou.
Interpelada sobre a intenção do primeiro-ministro, António Costa, de manter a ministra até à nomeação da nova direção executivo do SNS, Paula Santos preferiu dizer que o Estatuto do SNS — aprovado no início de julho — não responde às necessidades no setor.
A demissão da ministra da Saúde Marta Temido, anunciada hoje de madrugada, constitui a primeira baixa de ‘peso’ no XXIII Governo Constitucional, que está em funções há cinco meses.
Marta Temido apresentou a demissão por entender que “deixou de ter condições” para exercer o cargo.
A demissão, já aceite pelo primeiro-ministro, foi noticiada de madrugada, mas hoje de manhã fonte oficial do gabinete de António Costa disse à Lusa que a substituição da ministra da Saúde “não será rápida”, adiantando que o chefe do Governo gostaria que fosse esta governante a concluir o processo de definição da nova direção executiva do SNS.
Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes, e foi ministra durante os três últimos três executivos, liderados pelo socialista António Costa.
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