Numa resposta enviada à Lusa, o PCP demarca-se da iniciativa apresentada pelo partido de André Ventura e fonte de bancada comunista argumenta que “a moção apresentada pelo Chega não propõe soluções” para os problemas que o país enfrenta.

“O Chega utiliza problemas reais não com o objetivo de dar resposta aos trabalhadores e às populações, mas com projetos e políticas que só contribuem para os agravar. O PCP não contribuirá para essa manobra, por isso, votará contra a moção de censura”, sustenta o PCP.

O partido mantém a abordagem que tem tido: exigir ao Governo de António Costa que “concretize as soluções que são necessárias” para fazer face ao aumento do custo de vida — na ótica do PCP com salários e pensões adequados à inflação e o controlo de preços.

A bancada comunista advoga, no entanto, que a maioria absoluta socialista “não concretiza porque não quer”.

Também o BE vai votar, adiantou fonte oficial bloquista à agência Lusa.

No domingo, no final da Mesa Nacional do BE, a líder bloquista, Catarina Martins, tinha sido questionada pelos jornalistas sobre esta moção de censura, afirmando que “as críticas que o Bloco de Esquerda faz ao Governo não se confundem em nada com as estratégias mais ou menos oportunistas do Chega”.

IL e PSD anunciam abstenção 

O PSD anunciou hoje que irá abster-se na votação. Em comunicado, o PSD informa que a deliberação foi tomada “hoje pela Comissão Permanente Nacional do PSD e remetida à direção do Grupo Parlamentar do PSD”.

“Informa-se que a bancada do PSD se irá abster na votação da moção de censura que será discutida esta quarta-feira”, refere a nota à imprensa.

A mesma posição tinha sido anunciada horas antes pela Iniciativa Liberal. “Amanhã iremos abster-nos. Há uma grande diferença entre a IL e o Chega, bem patente nesta moção de censura”, afirmou Rodrigo Saraiva, em declarações aos jornalistas, no parlamento.

Para o líder parlamentar liberal, com um Governo em funções há três meses e apesar de já haver "muita coisa para criticar" na ação do executivo de António Costa, sobretudo naquilo que "é a degradação generalizada dos serviços públicos", esta "vai ser uma moção de censura inconsequente".

"É apenas mais um foguetório e uma corrida de 100 metros que o partido Chega nos tem habituado. Nós vamos estar aqui uma legislatura para fazer a crítica e a oposição que o Governo precisa e não com uma moção que é inconsequente", enfatizou.

Outra das diferenças marcadas por Rodrigo Saraiva em relação ao Chega tem a ver com o facto de o partido liderado por André Ventura estar "muito preocupado apenas com as pessoas" que ocupam os ministérios, "como se a mudança de pessoas mudasse alguma coisa".

"Chegaram a dizer que se o primeiro-ministro demitisse a ministra da Saúde e o ministro das Infraestruturas, retirariam a moção de censura, e a Iniciativa Liberal está muito mais preocupada com as políticas. Nós queremos é que mudem políticas e não basta mudar as pessoas", salientou.

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