Num comunicado enviado às redações, a Comissão Executiva do partido aponta que “retira uma certeza do Programa de Estabilidade 2018-2022”, que “o desempenho da economia portuguesa não sairá da cepa torta e o país não vai prosperar”.
“Se a frente de esquerda continuar a governar-nos, não temos dúvidas sobre o que será Portugal nos próximos quatro anos”, lê-se no documento, elencando que “o crescimento será insuficiente”, o que não permitirá ao país “sair da cauda da zona euro”.
A Aliança refere também que, “nos últimos quatro anos, a frente de esquerda governou para Bruxelas e para os que julga serem os seus grupos clientelares eleitorais”, agravou “as desigualdades entre os trabalhadores públicos e privados e, sobretudo, faliu, através do garrote das cativações, os serviços públicos essenciais, de que o mais grave exemplo é o setor da saúde”.
O Governo apresentou na segunda-feira o Programa de Estabilidade para 2019-2023, no qual mantém a meta de défice de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019 e prevê um excedente para 2020 (0,3% do PIB).
No documento, o executivo reviu em baixa o crescimento da economia para 2019, apontando agora para uma expansão de 1,9%, um decréscimo face aos 2,2% que o Governo antecipava no Orçamento do Estado, mas que supera as previsões dos restantes organismos.
Na ótica da Aliança, o executivo, liderado pelo socialista António Costa, “não soube aproveitar as tréguas da austeridade e da baixa das taxas de juro, para promover um grande programa de incentivo ao investimento”, e, ao invés, “sentou-se à sombra e contentou-se com as receitas do turismo”.
“Este Programa de Estabilidade mostra bem a visão curta do Governo para o país, uma visão limitada e submissa”, critica o partido liderado pelo antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.
Para a Aliança, “com este programa, o futuro de Portugal não tem por base nem estratégia nem visão, muito menos um plano com métricas suscetíveis de escrutínio, salvo, como sempre, para o défice orçamental”.
Assim, alegou aquela força política, “o futuro de Portugal, a economia portuguesa, ficarão à mercê das ocorrências, do desempenho e das contingências da economia europeia e mundial”, considerando que esta é “uma forma de governar passiva e acomodada, omissa em ambição”.
“Portugal tem de crescer mais, não basta acompanhar o crescimento médio que se espera para a zona euro”, salienta a nota.
Indicando que “Portugal precisa de mais receita fiscal virtuosa, por via do crescimento e não à custa do rendimento disponível das famílias”, a Comissão Executiva do partido salienta também que “a carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho atingiu uma dimensão que contribui para o flagelo social que hoje existe no universo dos portugueses que trabalham”.
“Cabe-nos agir e não só reagir. A carga fiscal sobre as empresas tem de baixar, tem de haver um forte apoio ao investimento privado e sobretudo estabilidade fiscal”, remata.
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