Pedro Nuno Santos falava aos jornalistas no final das votações em plenário nas quais o PS viu aprovado o seu projeto de lei para alargamento do IVA da eletricidade a 6% para 3,4 milhões de famílias, a última das cinco medidas com as quais se tinha comprometido no arranque da legislatura.
“Conseguimos que todas as nossas propostas fossem aprovadas, uma delas foi aprovada em Conselho de Ministros. Queria registar este facto. É um parlamento a funcionar e é o PS a fazer o seu papel, o seu trabalho e a conseguir fazer aprovar as suas medidas”, enfatizou.
O secretário-geral do PS apontou que “o Governo não conseguiu até agora aprovar uma única proposta na Assembleia da República” e recusou a ideia de o executivo de Luís Montenegro estar a ser bloqueado pela oposição.
“Temos um parlamento reduzido aos deputados do PSD e do CDS? Então tinham avisado os portugueses que nós só estávamos a eleger deputados do PSD. O PSD tem tantos deputados quanto o PS”, disse.
Pedro Nuno Santos avisou que “o PS não está cá a fazer figura de corpo presente” na oposição, mas sim “a fazer trabalho para dar resposta a alguns problemas dos portugueses”.
O socialista fez questão de destacar que estas medidas têm sido apresentadas com custo orçamental, ao contrário das do Governo.
"Há uma semana havia um grande problema com as contas públicas. Esse problema deixou de existir e ninguém quer saber quanto é que custam as medidas do Governo", criticou.
Pedro Nuno Santos apontou ainda o dedo a "um Governo que governa para a minoria, para aqueles que menos precisam", dando como exemplo disso a proposta para o IRS e também a medida conhecida na véspera do IRS Jovem.
Sobre o IRS, em fase de especialidade no parlamento, o líder socialista adiantou que não sabe se vai ser possível um entendimento, insistindo nas críticas ao Governo por querer beneficiar os "10% que ganham mais", condenando ainda a "posição inflexível" dos sociais-democratas.
O líder do PS rejeitou a ideia de se tratar de uma coligação negativa e quando questionado sobre o facto de as propostas estarem a ser aprovadas também graças ao Chega sublinhou que "alguns votaram a favor, houve um que se absteve" e avisou que os socialistas não vão deixar de apresentar as suas propostas porque há um partido que as pode viabilizar.
"Havia um problema se o PS negociasse ou tivesse uma aliança ou uma coligação com o Chega. É o partido que mais combatemos", sublinhou.
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