“Nós somos diferentes deles [coligação Aliança Democrática], temos uma visão diferente da sociedade e teríamos um Orçamento muito diferente. O Orçamento é mau. É mau pelo que tem e sobretudo pelo que não tem”, vincou Pedro Nuno Santos, que falava no Congresso Federativo de Coimbra, que decorreu hoje nas Caves de Coimbra.
O secretário-geral do PS salientou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante a campanha, afirmava que os governos socialistas “não eram ambiciosos” e apresentavam “taxas de crescimento anémicas”, mas o plano orçamental apresentado pelo atual Governo a Bruxelas prevê que Portugal cresça nos próximos quatro anos “menos do que a média dos oito anos do PS”, que contou com uma “pandemia pelo meio”.
Durante o discurso, Pedro Nuno Santos acusou o atual Governo de não ter “ambição nem estratégia”, voltando a acusar o executivo liderado por Luís Montenegro de não ser de confiança.
Sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2025, o líder socialista centrou-se em três áreas daquele documento do Governo, nomeadamente a criação de habitação para a classe média mas que retira medidas para as populações “mais desfavorecidas do país”, a ausência de um aumento extraordinário para os pensionistas acima do que está previsto na lei e falta de condições para atrair e fixar profissionais de saúde, nomeadamente médicos, no Serviço Nacional de Saúde.
Pedro Nuno Santos vincou que não são apenas “duas matérias” que distanciam PS e PSD na discussão do documento, criticando também a política fiscal do Governo, que, se por um lado assegura uma poupança aos jovens em sede de IRS, contrapõe com “um agravamento dos impostos sobre os combustíveis”.
“Quando formos às bombas, vamos pagar essa poupança”, notou, criticando ainda o Governo por não explicar essa medida de agravamento fiscal nos combustíveis, acusando-o avançar com a medida “pela calada”.
Num discurso que durou cerca de meia hora, Pedro Nuno Santos referiu que liderar a oposição política, neste momento, é “um processo complexo”, defendendo, por isso, um partido que se tem de apresentar “unido publicamente”.
“O combate é difícil, mas o PS só estará à altura dele se cada um assumir as responsabilidades de intervir a uma só voz publicamente”, disse.
Comentários