Os países desenvolvidos prometeram na cimeira, a COP29, disponibilizar 300 mil milhões de dólares (289 mil milhões de euros) em financiamento climático aos países em desenvolvimento até 2035.

A Greenpeace disse que este valor fica muito longe do 1 bilião de dólares (960 mil milhões de euros) exigido pela sociedade civil e que não é totalmente financiado publicamente.

A baixa ambição dos países ricos deixa a população mais vulnerável, que já está a sofrer as consequências das alterações climáticas, sem recursos suficientes para mitigar o impacto, lamentou a organização.

A Greenpeace sublinha que a decisão final não representa qualquer progresso na exigência, já acordada na cimeira anterior, a COP28, de abandono progressivo dos combustíveis fósseis.

Além disso, não cobra impostos sobre a indústria fóssil e o acordo sobre os mercados de carbono permite que estas empresas comprem o direito de continuar a poluir, alertou a organização.

Já no sábado, a Greenpeace tinha criticado o acordo atingido na cimeira na capital do Azerbaijão sobre o comércio de emissões de carbono e criação de um mercado global regulado para cumprir o Acordo de Paris.

A organização ambiental disse que os mecanismos acordados no mercado de carbono “são uma farsa”, ao permitir que a indústria fóssil compense novas emissões.

A Greenpeace foi também uma das organizações ambientais e sociais a alertar, antes do acordo final, que a COP29 terminaria com um “resultado negativo” se não houvesse um financiamento “público, suficiente e previsível” para os países do Sul Global.

O projeto inicial “põe em risco” o Acordo de Paris, pelo que a União Europeia (UE) “tem de agir imediata e eficazmente se o quiser salvar”, afirmaram numa declaração conjunta.

As organizações sublinham que o resultado da cimeira de Baku será “inamovível nos próximos 10 anos”, ou seja, até 2035, altura em que os compromissos serão revistos.