"Em termos de habitações, temos quatro concluídas, dez adjudicadas, 17 em avaliação, 21 em consulta de preço, 31 em execução de projeto e 99 entregues a diferentes instituições", tendo também já sido entregues "43 processos completos" no fundo Revita - destinado a gerir donativos para apoiar as vítimas -, anunciou a Câmara Municipal de Pedrógão Grande, numa nota de esclarecimento endereçada aos munícipes e divulgada hoje nas redes sociais e na página da autarquia.
A nota, assinada pelo presidente da autarquia, Valdemar Alves, a 23 de agosto, dá conta também de que está a ser preparado um reforço da equipa do município "com engenheiros, arquitetos e desenhadores, através da Fundação EDP", de forma a acelerar o processo de reconstrução das casas afetadas pelo fogo que deflagrou em Pedrógão Grande, em junho, e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.
No esclarecimento, Valdemar Alves sublinha ainda que o Ministério da Saúde tem entre 16 e 18 psicólogos, e sete a oito médicos na área afetada pelo incêndio, "estando a decorrer processo de reforço destas equipas e de assistentes sociais e fisioterapeutas".
Em relação à proteção de recursos hídricos, a autarquia realça que foi feito um investimento de 578 mil euros para intervir nos 34 quilómetros de cursos de água do concelho, para minimizar a erosão dos solos, recuperar as bacias de retenção de águas, remover material arbóreo ardido e sedimentos dos leitos, recuperar pontões e vazar as passagens de água.
No documento, o presidente da Câmara recorda também a "enorme" solidariedade que "continua a chegar" ao concelho, referindo que foi criado o Gabinete Operacional de Recuperação e Reconstrução para responder aos pedidos de apoio e também para a disponibilização de ajuda.
"Têm-nos chegado indicações de que algumas pessoas terão bens (inclusivamente em excesso) e que na verdade não necessitavam dessa ajuda. De facto, verificam-se algumas situações desta ordem", nota Valdemar Alves, explicando que "existe distribuição alheia ao município e a outras instituições, que é feita sem critério, mas com a melhor das intenções".
"Quem não precisa ou não foi afetado pelo incêndio deve evitar procurar e receber estes bens", defende o autarca, considerando que o comércio local "necessita de manter a sua capacidade de manter as portas abertas".
O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos, e só foi dado como extinto uma semana depois.
Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.
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