Desde segunda-feira que a circulação rodoviária em partes da capital britânica, nomeadamente Marble Arch, Oxford Circus, a ponte de Waterloo e a zona de Westminster, está cortada devido aos protestos de milhares de pessoas.
Na origem dos protestos está o grupo Extinction Rebellion, que defende o uso de atos de desobediência civil, mas sem recorrer à violência, para criar o impacto que as formas convencionais de sensibilização como petições não conseguiram ter.
As suas principais reivindicações são que o governo britânico declare uma emergência climática e ecológica, introduza políticas para reduzir para zero as emissões de gases causadores do efeito estufa até 2025 e crie uma assembleia de cidadãos para tomar decisões sobre as mudanças climáticas.
Até agora, as manifestações têm sido pacíficas, com música, intervenções artísticas, discursos, envolvendo muitas famílias, que aproveitam o facto de as escolas estarem fechadas para as férias da Páscoa.
Apesar de as autoridades terem imposto uma série de medidas de ordem pública em Londres devido ao transtorno que as ações estão a causar, os manifestantes recusaram-se a sair dos locais, muitos amarrando-se a veículos estacionados, resultando em centenas de detenções.
Segundo a polícia, pelo menos 55 percursos de autocarro tiveram de ser encerrados e mais de meio de milhão de pessoas foram afetadas, além de prejuízos a empresas, justificando assim a intervenção para remover os manifestantes.
“Precisamos de garantir o equilíbrio certo entre permitir o direito ao protesto pacífico e mesmo tempo assegurar que a perturbação às comunidades é mantida no mínimo”, justificou o superintendente chefe da Polícia Metropolitana de Londres, Colin Wingrove.
Dois homens e uma mulher entre os 29 e 51 anos foram detidas esta manhã ao subirem para o topo do metro ligeiro em Canary Wharf, o centro financeiro de Londres, interrompendo a circulação durante cerca de uma hora.
No entanto, não se concretizaram as ameaças de perturbar a rede de metropolitano, usada diariamente por milhões de pessoas, tendo, inclusivamente, sido desligada a Internet nas estações para dissuadir os manifestantes.
“Estamos gratos por o Extinction Rebellion ter decidido não protestar na rede de metro de Londres, o que, sem dúvida, representaria um perigo muito grave”, disse Sean O’Callaghan, comandante da Polícia Britânica dos Transportes.
À tarde, quatro manifestantes fizeram um breve protesto em frente à casa do líder do partido Trabalhista, o principal partido da oposição, Jeremy Corbyn, mas este recusou falar com eles, saindo imediatamente.
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