De acordo com o gabinete de imprensa do governo de Gaza, os bombardeamentos tiveram lugar no bairro de al-Tufa, no campo de refugiados de al-Shati, onde um quarteirão inteiro foi completamente destruído, e no bairro de al-Zaitun.
Pouco antes dos ataques, as Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram dois ataques contra “duas posições do Hamas” na cidade de Gaza, sem dar mais pormenores, embora fontes de segurança tenham indicado aos meios de comunicação israelitas que entre os alvos estaria um dos elementos mais proeminentes do Hamas, o seu chefe de operações, Raad Saad.
Segundo o Times of Israel, Saad foi alvo de um ataque do exército israelita ao hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, em março, mas os militares não encontraram vestígios dele.
“A zona do campo atingida situava-se nas imediações de uma mesquita. As equipas de salvamento continuam a procurar pessoas desaparecidas sob os escombros”, segundo o comunicado palestiniano, divulgado pelo diário pró-Hamas Filastin.
O último balanço dos palestinianos mortos pela ofensiva do exército israelita, publicado antes dos ataques, mostra que pelo menos 101 palestinianos foram mortos e 169 feridos pelos bombardeamentos israelitas nas últimas 24 horas, o número mais elevado num só dia desde o ataque aéreo israelita em Nuseirat, durante uma operação de libertação de reféns, que matou cerca de 280 pessoas.
Na sexta-feira, um tiroteio de “alto calibre” perto da sede do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) provocou “um afluxo maciço de vítimas ao hospital de campanha” deste organismo, que “recebeu 22 mortos e 45 feridos”, declarou o CICV.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, condenou hoje o ataque mortal e apelou a um “inquérito independente”.
Entretanto, o diretor do hospital de Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, Hosam Abu Safiya, anunciou hoje que o número de crianças mortas no hospital devido a subnutrição tinha aumentado para quatro numa semana.
“Perdemos uma criança no berçário do hospital durante as últimas horas devido à desnutrição”, disse Abu Safiya em declarações divulgadas pela imprensa local.
O médico explicou ainda que, nas últimas duas semanas, o hospital diagnosticou mais de 250 crianças com sintomas de subnutrição, alertando que a Faixa de Gaza “enfrenta uma verdadeira crise sanitária que afeta inicialmente as crianças e pode alastrar aos adultos”.
Mais de 30 crianças morreram de fome em Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, a 7 de outubro.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita a 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento provocou mais de 37 mil mortos e mais de 85 mil feridos, de acordo com as autoridades do território palestiniano, controladas pelo Hamas desde 2007.
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