O serviço de emergência nacional turco (Afad), localizou o epicentro do terremoto mais forte, de magnitude 6,4, no distrito de Defne, a sul da cidade de Antaquia, e registou uma segunda réplica, de magnitude 5,8, com epicentro em Samandag.
O ministro do Interior turco, Suleyman Soylu, adiantou que três pessoas morreram e 213 ficaram feridas, noticiou a agência Associated Press (AP).
Estão a decorrer operações de busca e salvamento em três prédios desabados, onde um total de cinco pessoas estão presas, acrescentou.
A agência de notícias estatal da Síria, SANA, informou que seis pessoas ficaram feridas em Aleppo devido à queda de destroços.
A Defesa Civil Síria, que opera nas áreas de oposição ao regime, também conhecida como Capacetes Brancos, relatou que várias pessoas ficaram feridas no noroeste da Síria controlado pelos rebeldes na cidade de Jinderis, uma das cidades mais afetadas pelo terremoto de 06 de fevereiro.
Os Capacetes Brancos referiram que vários edifícios danificados e abandonados desabaram no noroeste da Síria sem ferir ninguém.
O abalo mais forte foi sentido na Síria, Jordânia, Chipre, Israel e até no Egito.
O alerta inicial de tsunami, devido à proximidade do epicentro à costa mediterrânica, foi cancelado pouco depois pelas autoridades turcas.
O vice-Presidente da Turquia, Fuat Oktay, observou que oito pessoas foram hospitalizadas com ferimentos e advertiu a população para não entrar nos prédios.
Refik Eryilmaz, autarca de Samandag, a cidade costeira próxima onde ocorreu o segundo terremoto de hoje, referiu à estação NTV que vários prédios desabaram e não se sabia se tinha pessoas dentro.
A mesma fonte acrescentou que alguns moradores tenham-se refugiado do frio intenso nos restos de edifícios danificados pelos terramotos de há duas semanas, e pediu desesperadamente o envio de tendas para alojar a população.
Suzan Sahin, deputada de Hatay do partido CHP, da oposição, referiu à HalkTV que nove edifícios desabaram e que certamente havia mortos, embora não pudesse especificar quantos.
Lütfü Savas, autarca de Antaquia, cujo centro urbano fica a dez quilómetros do epicentro, também salientou que vários prédios desabaram com pessoas dentro.
De acordo com jornalistas da agência France-Presse (AFP), o abalo foi sentido com muita violência em Antaquia e Adana e provocou o pânico entre a população já fortemente atingida pela recente tragédia, levantando ainda grandes nuvens de poeira na cidade em ruínas.
Ahmet Ovgun Ercan, prestigiado geofísico da Universidade Técnica de Istambul, assegurou à estação HalkTV que este terremoto, que estimou de 17 segundos de duração, é um fenómeno normal e antecipou que alguns edifícios já danificados terão desabado.
Desde o terramoto de 06 de fevereiro, praticamente nenhum dos edifícios de Antaquia está habitável, mas há equipas de trabalho de remoção de entulho que podem ter ficado retidas devido a desabamentos.
Além disso, muitos sobreviventes têm o hábito de se reunir em torno de fogueiras em frente a edifícios desmoronados para ajudar na identificação de corpos e podem estar em risco se um edifício sobrevivente vizinho tiver desabado.
“Foi terrível, janelas partidas caíram sobre nós. Todos deixaram as lojas em pânico. Com a escuridão ainda não dá para ver o que aconteceu”, realçou Ugur Sahin, repórter do jornal BirGün, à Efe por telefone.
Mais de 44.000 pessoas morreram na Turquia e na Síria na sequência de fortes abalos sísmicos no dia 06: ao terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter – com epicentro em território turco — seguiram-se várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.
Na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aumentou para 84,5 milhões de dólares (79 milhões de euros) o pedido internacional de ajuda financeira destinado às vítimas destes sismos.
Segundo o Afad, mais de 6.000 tremores secundários foram registados desde os terremotos que devastaram o sul da Turquia e a Síria.
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