"Fazemos sondagens e projeções à boca de urna com a Intercampus", disse o diretor, salientando que nestas últimas eleições autárquicas nem o CM, nem a CMTV realizaram qualquer sondagem para Lisboa.
"As sondagens que estão a ser controversas são as de Lisboa", apontou, o que neste caso não afeta as duas marcas do grupo Cofina.
"Porém, há um ambiente geral de desconfiança em relação às sondagens que não podemos ignorar", sublinhou.
Nesse sentido, "pedi ao António Salvador, [diretor-geral] da Intercampus, para fazermos uma análise interna, uma espécie de auditoria interna, quer do lado do CM/CMTV, quer do lado da feitura das sondagens", da empresa, "para vermos como as coisas correram e se há procedimentos a melhorar", contou Carlos Rodrigues.
Entretanto, "tivemos a boa notícia" que o presidente da Apodemo [Associação portuguesa de empresas de estudo de mercado e de opinião] também se quer juntar a esta iniciativa, disse.
O objetivo desta iniciativa é "averiguar os procedimentos que temos, o que é preciso melhorar e corrigir, quer a nível de produção dos trabalhos das sondagens, quer a nível da sua publicação, para melhorarmos o mais possível o serviço e dessa forma reforçarmos a confiança dos leitores e espetadores", sublinhou.
Carlos Rodrigues adiantou que a primeira reunião sobre qual vai ser a metodologia da análise e os prazos acontecerá no início da próxima semana e espera chegar a conclusões assim que possível.
O diretor-geral da Intercampus explicou à Lusa que a análise passará por "comparar, ver se as metodologias que são utilizadas são mais adequadas" e se há procedimentos que "possam ser melhorados".
Sublinhou que no caso das sondagens do CM/CMTV/Jornal de Negócios não houve qualquer problema.
"Não tivemos nenhum erro", salientou, apontando que o celeuma em torno das sondagens tem a ver com os pré-eleitorais.
"É sabido que as sondagens não são previsões, as sondagens retratam uma realidade num determinado momento, abordando um universo de eleitores e não um universo de votantes", afirmou António Salvador.
E apontou: "Para uma sondagem realizada 15 dias antes da eleição coincidir com os resultados desta seria necessário que todos os que se abstêm, ou votam, já o tivessem decidido nessa altura".
O presidente da Apodemo, Carlos Mocho, adiantou que tendo em conta a "celeuma muito grande por causa das sondagens" a associação tinha que se juntar à iniciativa do CM/CMTV.
"É um tema da atualidade e a Apodemo, enquanto representante das empresas de estudos de mercado e de opinião, considera que é importante debater" o assunto "sem tabus e perceber o que está bem e o que está mal e mostrar que as sondagens têm uma evolução ao longo do tempo", salientou.
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