A mandatária assinou um decreto em que deu "por finalizada a indicação do tenente-general da Polícia Nacional, Jorge Angulo, ao cargo de comandante-geral da Polícia Nacional do Peru".

"Ficaram provadas negligências muito graves no controlo e comando da instituição policial, que constituiriam incompatibilidade e falta de idoneidade para o exercício do cargo", acrescenta a resolução.  O general Víctor Zanabria foi nomeado para a sua substituição.

A mudança no alto comando policial deu-se após a agressão que Boluarte sofreu no sábado. A mandatária foi agredida por duas mulheres durante um evento oficial.

A agressão ocorreu quando Boluarte participava na inauguração de uma obra de repavimento de uma rodovia no distrito de Chiara na região de Ayacucho, a cerca de 570 quilómetros a sudeste de Lima.

A presidente visitou esta região após as manifestações de 2022 que deixaram em todo o país cerca de 50 mortos, 20 deles supostamente pelas mãos das forças do Estado, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Em Ayacucho, foram reportadas 10 mortes durante as mobilizações contra a destituição do presidente Pedro Castillo pela sua tentativa fracassada de dissolver o Congresso. A então vice-presidente Boluarte assumiu o poder, o que gerou uma onda de protestos que foram violentamente reprimidos pelas forças de segurança.

Ruth Bárcena, uma das agressoras da chefe de Estado, acusou Boluarte de ser a responsável pela morte do seu marido, Leonardo Ancco, morto nos protestos em Ayacucho. "Mataram o meu esposo, eu vou estar tranquila?", disse Bárcena.