Num comunicado, a Alfândega da região semiautónoma chinesa disse que os três quilos de etomidato tinham um valor de mercado de 3,2 milhões de dólares de Hong Kong (cerca de 400 mil euros).

O etomidato, um anestésico de curta ação, administrado por via intravenosa, é utilizado principalmente em serviços de urgência, unidades de anestesia, salas de cirurgia e unidades de cuidados intensivos.

Esta substância química foi encontrada num saco e numa caixa de alimentos dentro de uma bagagem não reclamada, vinda da Malásia, em 08 de janeiro.

Após uma investigação, agentes alfandegários detiveram na quinta-feira um homem de 47 anos, suspeito de estar ligado ao caso em Tuen Mun, no norte de Hong Kong, junto à fronteira com a China continental.

No início de novembro, as autoridades de Hong Kong confirmaram terem suspeitas de que pelo menos três mortes estão relacionadas com o ‘petróleo espacial’.

No final de dezembro, a Secretaria para a Segurança de Hong Kong disse ao jornal South China Morning Post que os hospitais do território iriam estabelecer em 2025 controlos mais rigorosos para o etomidato.

Um porta-voz desta secretaria disse que os novos protocolos envolverão um controlo mais rigoroso não só sobre o armazenamento da droga, mas também sobre os requisitos de documentação e manuseamento.

O etomidato é atualmente classificado como uma substância controlada, pelo que a venda ou posse ilegal pode acarretar uma pena de dois anos de prisão e uma multa de 100 mil dólares de Hong Kong (12 mil euros).

No final de outubro, o secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, disse que a região estava a trabalhar para incluir o etomidato na lista de produtos perigosos alvo de restrições já no início de 2025.

“A posse ilegal ou fumar, inalar, ingerir e injetar ‘petróleo espacial’ contendo etomidato será passível de uma pena máxima de sete anos de prisão e uma multa de um milhão de dólares de Hong Kong [118 mil euros]. O tráfico ou importação ilegal de tal substância será passível de uma pena máxima de prisão perpétua e de uma multa de cinco milhões de dólares de Hong Kong [591 mil euros]”, acrescentou Tang.

Também a região vizinha de Macau revelou em dezembro que a polícia já detetou quatro casos ligados a este narcótico desde o primeiro caso de ‘petróleo espacial’ encontrado numa escola local, em outubro de 2023.

Esta droga é conhecida em Hong Kong como ‘droga zombie’ porque pode causar graves danos físicos e mentais, incluindo dependência, perda de memória, convulsões, perda de consciência e até morte.