Segundo informação do PNL enviada à agência Lusa, a partir de agora é possível aceder às listas de centenas de livros recomendados pelo Plano Nacional de Leitura através de um motor de pesquisa por idade, nível de leitura, tema, língua ou formato.

"Estas orientações e sugestões de leitura, em continuidade com as que o Plano Nacional de Leitura vinha disponibilizando há anos, incluem agora novos e variados temas, destinam-se a públicos mais diferenciados, das crianças aos adultos, e passam a ter uma periodicidade semestral", revelou o organismo.

Até agora, o PNL sugeria centenas de livros consoante a idade e o nível de ensino, do pré-escolar ao ensino secundário, em listas repartidas por sugestões de leitura autónoma, orientada, em voz alta ou em contexto de sala de aula.

As novas sugestões de livros surgem de uma seleção feita pelos editores e de uma posterior "apreciação crítica feita por um conjunto de especialistas independentes". Para a seleção dos livros foram tidos em conta os critérios de mérito cultural, de rigor científico, a dimensão estética e a qualidade de tradução, se aplicável.

No motor de pesquisa é possível filtrar e conjugar vários critérios para chegar àquilo que se procura, por exemplo, por idioma (português, inglês, francês, espanhol), por nível de leitura (pré-leitura, inicial, mediana, fluente) e por tema, como banda desenhada, ensaio, poesia ou biografia.

Este novo catálogo 'online', foi construído em parceria com a Rede de Bibliotecas de Lisboa, que passa a ser a "biblioteca de referência dos livros PNL".

Segundo o PNL, a colaboração com a Rede de Bibliotecas de Lisboa "estende-se ainda à promoção, nos espaços das suas 18 bibliotecas, dos livros recomendados".

Hoje são divulgadas as escolhas do primeiro semestre de 2018 e, em dezembro, serão divulgadas as escolhas referentes ao segundo semestre.

O PNL, criado em 2006 pelo Governo para melhorar os níveis de literacia e leitura dos portugueses, vive atualmente uma nova etapa, designando-se Plano Nacional de Leitura 2027.

No final do ano passado, pouco depois de ter sido nomeada comissária do PNL 2027, Teresa Calçada afirmava à agência Lusa que o projeto "conseguiu constituir-se como uma marca, o que não é fácil, e essa marca ajudou a um dos objetivos primeiros do Plano: Valorizar a leitura".

"Conseguiu-se transmitir para dentro, para as escolas, e para o exterior que a leitura era reconhecida, nas famílias, nos professores, nos miúdos, como alguma coisa que não está na nossa vida", afirmou.

Cumprida a primeira década do PNL, como "ferramenta para a promoção e para a prática leitora", Teresa Calçada alertou para que deve continuar a existir uma política pública para o livro e para a leitura, porque "nada está seguro" e há novas realidades a ter em conta.

Uma delas é a ideia de tempo, numa sociedade que tem uma maior relação com o digital.

"É um tempo voraz, muito rápido, que parece contrário ao tempo lento da leitura; não é fácil transmitir essa mensagem. Com ele a questão de estarmos a lidar numa sociedade que já é digital, com muitos aspetos híbridos, em que as pessoas, em particular os jovens, estão sempre conectados e dão um valor social que está acima de todos os outros valores", lembrou.