Numa nota publicada na página oficial do primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, informa-se que os pneus foram incendiados cerca das 05:00 locais perto do portão de entrada no recinto do Palácio.
Informações do Corpo de Segurança explica que pelo menos oito pessoas em quatro motorizadas, sem chapas de matrícula, circularam em volta do Palácio antes de incendiar os pneus.
Nas últimas semanas vários incidentes têm ocorrido em vários pontos da cidade, com as autoridades a darem conta de confrontos, de maior ou menor dimensão em pelo menos três bairros da cidade, deixando vários feridos.
Flávio Brandão, Diretor Clínico do Hospital Nacional Guido Valadares, confirmou à Lusa que só no fim de semana deram entrada seis feridos - quatro homens e duas mulheres - identificados nas estatísticas como "casos de polícia", ou seja, resultantes de incidentes.
João Almeida, vice-diretor da Fundação Mahein - que acompanha em detalhe o setor da defesa e segurança - disse à Lusa que a monitorização da sua instituição mostra que a maioria dos incidentes apontam o "envolvimento de grupos de artes marciais".
Uma situação, refere, que mostra o falhanço das autoridades timorenses em garantirem a implementação de uma resolução do Governo de 2013, que proibia os grupos de artes marciais e que deve agora ser revista.
"Tudo indica que nos últimos incidentes tivemos envolvidos elementos de grupos de artes marciais que, segundo a resolução estão proibidos. Isto mostra o falhanço da resolução porque a atividade continua, mas agora de forma desorganizada e sem liderança que se responsabilize por esta atividade", explicou.
Os grupos não desapareceram, mas agora sem a hierarquia mais formal de outrora, com divisões internas, fazem aumentar a tensão e os confrontos em vários bairros da cidade, acrescentou.
"Estamos preocupados com esta situação e recomendamos que a resolução seja revista, os grupos de artes marciais reativados, controlados e monitorizados de forma mais efetiva e eficaz pelo Governo", disse.
A resolução em causa, de julho de 2013, determina a "extinção" dos principais grupos de artes marciais do país, nomeadamente a PSHT, KORK e KERAH SAKTI aplicando ainda a "proibição total da continuação de qualquer atividade de artes marciais dos respetivos membros".
Uma resolução que foi aprovada depois de incidentes em Díli e noutros locais de Timor-Leste envolvendo "grupos de artes marciais, que têm vindo a provocar distúrbios sérios, destruição de bens, mortos e feridos".
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