O confronto verbal entre os dois grupos ocorreu no momento em que o PNR chegou ao largo de São Domingos, onde decorria uma concentração de associações antirracistas, composta por representantes dos movimentos Djass (associação de afrodescendentes), SOS Racismo, Plataforma Gueto, Consciência Negra e Casa Brasileira de Lisboa.
Apesar de alguns insultos entre elementos dos dois grupos, não houve qualquer confronto físico, uma vez que no local se encontravam elementos da PSP.
A manifestação antirracista, que juntou cerca de uma centena de pessoas, foi convocada, através das redes sociais, pela associação Djass e surgiu na sequência de vários casos de “discriminação racial”, nomeadamente a agressão, no Porto, a uma jovem de origem colombiana.
“O episódio que ocorreu no Porto e o julgamento dos polícias de Alfragide são a ponta do icebergue que potenciaram a convocação desta concentração”, explicou à agência Lusa Beatriz Gomes, da associação Djass, minutos antes da chegada do PNR ao local.
A ativista sublinhou que “existe em Portugal uma grande dificuldade em discutir o racismo”, uma vez que é considerado um “não assunto”.
“O racismo institucional, que nós achamos que é sistémico na sociedade portuguesa, e que atravessa as inúmeras instituições, condiciona a vida dos negros e das negras em Portugal”, apontou.
Do lado oposto, o presidente do PNR, José Pinto Coelho, acompanhando por uma dezena de militantes, acusou estes movimentos antirracistas de serem promovidos por uma “agenda racista da extrema esquerda”, negando a existência de um sentimento racista em Portugal.
“Associações como o SOS racismo, que são pagas por todos nós, é que, no fundo, fomentam o maior racismo em Portugal. Em Portugal nunca existiu racismo. Eles é que estão a criar uma onda de racismo, que tem os dois sentidos”, atestou.
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