
Após anos de dificuldades financeiras, o grupo norte-americano, fabricante das lendárias caixas de plástico para alimentos e emblema das compras no domicílio, declarou falência em setembro de 2024, enfraquecido pela concorrência de baixo custo e pelo ‘boom’ da entrega de refeições, e também vítima do desejo dos consumidores de limitar o consumo de plástico.
Mas um mês depois, a Tupperware anunciou um acordo com os seus credores, com o compromisso de lhes vender a propriedade intelectual “necessária para criar e comercializar a marca Tupperware”, bem como a venda de certos ativos nos Estados Unidos e noutras filiais estrangeiras, sem mais pormenores.
Simultaneamente, a Tupperware France, detida a 99% pela Tupperware Belgium, foi colocada sob um procedimento de salvaguarda.
Numa conferência de imprensa realizada hoje em Paris, o empresário Cédric Meston anunciou que tinha “comprado 100% da Tupperware France, que pertencia a uma empresa belga”.
“Somos proprietários de uma empresa que está sob proteção e, nas próximas semanas, apresentaremos um plano de continuação da atividade” ao Tribunal de Comércio de Nanterre, disse.
“O objetivo é sair do procedimento de salvaguarda em junho”, acrescentou.
Simultaneamente, Meston afirmou estar em vias de “renegociar” com a empresa-mãe norte-americana as licenças de exploração e de distribuição dos produtos da marca Tupperware em França, Itália, Espanha, Bélgica e Polónia, que tinham sido “cortadas” em janeiro devido às dificuldades do grupo.
“É uma questão de horas ou de dias” até obtermos a autorização, declarou, sem indicar os montantes envolvidos nestas licenças ou na compra da Tupperware France.
A Tupperware conta com 20.000 “conselheiros culinários” nestes cinco países europeus, que constituem a sua famosa rede de vendedores independentes que, por exemplo, fazem apresentações ao domicílio dos produtos da marca.
O objetivo de Meston, que recorda que a atual direção da Tupperware França terá “uma participação de 50%”, é atingir “vendas de 100 milhões de euros até ao final do ano” nos cinco mercados.
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