Durante a reunião com o embaixador, Varsóvia “pediu às autoridades russas que assumissem a responsabilidade pela morte de Alexei Navalny e que conduzissem uma investigação completa e transparente, a fim de estabelecer as circunstâncias e causas” da morte do opositor, anunciada na passada sexta-feira, adiantou o ministério num comunicado de imprensa, citado pelas agências internacionais.
Segundo Varsóvia, a morte de Navalny e “o tratamento desumano que sofreu são sintomáticos da forma como as autoridades russas tratam os presos políticos, os opositores e os defensores dos direitos humanos”.
A diplomacia polaca também expressou a sua preocupação com “o crescente número de presos políticos na Rússia, muitos dos quais mantidos em colónias penais, em condições duras que ameaçam a sua saúde e vidas”.
A Eslovénia também convocou hoje o embaixador russo em Ljubljana, para expressar a sua indignação, apelar a Moscovo para que liberte todos os presos políticos atualmente detidos e parar de sancionar cidadãos que prestem homenagem publicamente a Navalny, de acordo com a ministra dos Negócios Estrangeiros eslovena, Tanja Fajon.
Outras capitais europeias, incluindo Paris, Madrid, Estocolmo, Berlim, Haia e Oslo, convocaram na segunda-feira os embaixadores russos colocados nos respetivos países.
Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, comparou a morte do opositor russo à do general Humberto Delgado, durante o Estado Novo, indicando que a União Europeia (UE) aguarda informações para avançar com sanções.
“Não temos dúvidas nenhumas que Navalny morre porque o regime que Putin criou levou à sua morte, da mesma maneira que Humberto Delgado morre por causa do regime liderado por Salazar em Portugal”, declarou o chefe da diplomacia portuguesa.
No mesmo dia, a embaixadora portuguesa em Moscovo, Madalena Fischer, “honrou a memória” de Alexei Navalny, ao depositar flores num memorial às vítimas da repressão política durante a antiga União Soviética (URSS).
Alexei Navalny, um dos principais opositores do Presidente russo, Vladimir Putin, morreu na sexta-feira aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência. Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizaram Putin pela sua morte, uma alegação rejeitada pelo Kremlin.
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