Segundo Mónica Oliveira, em causa está “a decisão do padre António Augusto em relação à festa em honra da Nossa Senhora de Fátima, ou Festa da Praia, que decorre a cada dois anos entre o primeiro e segundo fim de semana de agosto”, alegando que “as imagens foram recentemente restauradas e podem danificar-se”.
Nos dois abaixo-assinados que estão em curso e que querem entregar na próxima semana ao bispo do Porto, o primeiro solicita a substituição do pároco e o segundo pede a Manuel Linda autorização para a realização da festa, disse a também subscritora e organizadora do grupo de protesto.
A procissão da polémica, explicou, “decorre entre a igreja de Lavra e a praia de Angeiras, onde é dada a bênção aos barcos”.
Entretanto, hoje, a partir das 21:00, a população vai concentrar-se, em silêncio e de luto, em frente à igreja, protestando pela “não autorização da saída da imagem principal da santa, bem como dos restantes santos da paróquia, a quem muitos têm promessas para cumprir, algumas com mais de 40 anos” em agosto.
“Esta é uma tradição com 82 anos. Começou depois de uma aflição no mar de pescadores de Angeiras. É muito sentida na localidade”, insistiu Mónica Oliveira antes de lamentar o anúncio do padre “no último domingo, de que não haveria festa”.
Afirmando-se “indignada” pela decisão do pároco, acusa-o também de decisões estranhas como a de “não permitir na igreja, após as obras de restauro, a entrada de crianças na missa, para não riscar o chão”, um acumulado de decisões que, disse “a todos envergonha e revolta, até porque as obras foram pagas pelo povo”.
A Lusa tentou contactar o padre António Augusto que preferiu não se pronunciar sobre o assunto.
“Dizer que as imagens podem ser danificadas na procissão não é aceitável. Isso não é justificação”, insistiu Mónica Oliveira para quem a situação criada “é um bate pé do padre em conluio com a comissão fabriqueira”, terminando a lembrar que “a imagem da Nossa Senhoria de Fátima foi oferecida aos pescadores e daí a revolta”.
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