“Manifestamo-nos para exigir que de uma vez por todas e de forma imediata sejam tomadas medidas”, disse aos jornalistas o porta-voz do Movimento pelo Tejo — PROTEJO, Paulo Constantino, durante a manifestação “em defesa do Tejo”, que decorreu entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço.
Entre as medidas que devem ser tomadas de imediato estão a realização de mais fiscalizações, a identificação dos poluidores de “forma inequívoca e a revisão das licenças”, além da “necessidade de revisão e suspensão das licenças de descargas de fluentes de algumas empresas que são os agentes poluidores do rio Tejo”, adiantou Paulo Constantino.
“Não podemos continuar a assistir a milhares de peixes mortos no rio Tejo, queremos que os ecossistemas aquáticos sejam preservados e que as águas do rio Tejo estejam em bom estado ecológico”, sustentou.
Paulo Constantino explicou que o protesto decorreu em Lisboa com o objetivo de mostrar aos lisboetas os problemas que existem no rio Tejo, que tem falta de água e está poluído, e exigir ao poder político que tome medidas imediatas para conter esta situação.
“As comunidades ribeirinhas a montante de Lisboa têm problemas e também em Lisboa é necessário que haja mobilização para que eles sejam resolvidos. É no Terreiro do Paço que acaba a manifestação e é aí que está a sede do poder político e queremos exigir a esse poder político que tome medidas imediatas para conter a poluição”, afirmou.
Durante o percurso, os manifestantes, sobretudo provenientes das comunidades ribeirinhas, gritaram palavras de ordem, como “Lisboa, Lisboa poluição não, devolvam o Tejo à população”, “A impunidade não é solução, devolvam o Tejo à população” e “Menos palavras e mais ação, devolvam o Tejo à população”, e exibiram vários cartazes.
“Poluição Não”, “Marcelo, vai um mergulho”, “Onde está a Agência Portuguesa do Ambiente?”, “Por um Tejo vivo não à poluição”, “Basta de poluição” e “Salvem o rio Tejo” foram alguns dos cartazes presentes no protesto, que contou também com associações ambientalistas e deputados do BE e do PSD.
“A situação no Tejo tem vindo a piorar de ano para ano. O rio Tejo tem diversos problemas, começando desde a sua entrada em Portugal que chega com caudais baixíssimos, já com cargas poluentes elevadíssimas, descargas poluentes por empresas, peixe ilegal, agricultura intensiva”, disse à Lusa Nuno Sequeira, da direção associação Quercus.
Nuno Sequeira alertou também que “caso o Governo não tome medidas imediatas, os problemas do rio Tejo podem chegar a Lisboa”.
Por sua vez Francisco Ferreira, da associação ambientalista Zero, disse à agência Lusa que “é fundamental tomar medidas”, sendo “a área mais importante a fiscalização”.
Francisco Ferreira sublinhou que há legislação que não está a ser cumprida, que não se consegue ter qualidade balnear no Tejo e não existe um acompanhamento contínuo das “muitas descargas ilegais”.
Por isso, além da fiscalização por parte da GNR e dos vigilantes da natureza, é também necessário que o Governo instale urgentemente “um mecanismo de monitorização em tempo real” para saber a situação do rio Tejo.
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