A iniciativa partiu da Variações – Associação de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal que, com o apoio do governo português e da associação ILGA Portugal, quer trazer para Portugal a organização do EuroPride em 2022.
Em declarações à agência Lusa, o diretor executivo da Variações explicou que na sexta-feira vai ser entregue a carta de intenção de candidatura, no decorrer de uma reunião da direção da associação europeia responsável pelo EuroPride (EPOA, na sigla em inglês), em Lisboa.
Os passos seguintes, adiantou Diogo Vieira da Silva, passam pela entrega do documento final e do orçamento até julho, para depois em setembro, em Bilbao, Espanha, ser conhecida a candidatura vencedora, sendo que Portugal concorre com Barcelona, Espanha; Belgrado, Sérvia; e Maspalomas, Espanha.
De acordo com o responsável, trata-se de um evento que poderá mobilizar entre 500 mil a um milhão de pessoas, com um retorno financeiro esperado de 15 vezes mais o valor investido.
Diogo Vieira da Silva adiantou que o orçamento necessário ainda não está fechado, mas que andará entre os 500 mil euros e os 1,5 milhões de euros, em que 75% do valor virá de patrocínios privados e os restantes 25% de fundos públicos, desde logo através de uma candidatura a uma linha de financiamento do Turismo de Portugal para grandes eventos.
Sublinhou que o EuroPride, que todos os anos é organizado numa cidade europeia diferente, “é o maior evento ‘pride’ da Europa” e defendeu que Portugal reúne todas as condições para ganhar esta batalha e organizar o evento em 2022.
Nas palavras de Diogo Vieira da Silva, essas condições passam não só pelo contexto nacional, como pelas “relações privilegiadas” com os vários países de língua oficial portuguesa, com realidades bem diferentes em matéria de direitos das pessoas LGBTI.
“Estas relações podem também ser um motivo para realizar a candidatura e demonstrar que a defesa dos direitos humanos promove mais investimento, igualdade e mais qualidade de vida aos cidadãos”, defendeu.
Por outro lado, apontou que esta é uma candidatura que quer liderar pelo exemplo, demonstrando como nos 30 anos de realização do EuroPride a realidade portuguesa em matéria de direitos das pessoas LGBT mudou e o país passou a “ser agora dos países que lidera a promoção da igualdade”.
Outro fator diferenciador tem a ver com o facto de esta candidatura não se cingir a uma só cidade, mas ter pensado um roteiro de norte a sul do país.
“Lisboa será quartel general da candidatura, porque é onde a comunidade LGBTI está mais organizada, mas queremos que esta vivência de igualdade transborde as fronteiras de Lisboa e chegue ao resto do país, desde o litoral ao interior, de norte a sul”, explicou, acrescentando acreditar que há uma “grande possibilidade” de a candidatura nacional ganhar.
Adiantou que após a entrega da candidatura, na sexta-feira, vão começar a sondar autarquias para ver quais estão interessadas em promover atividades e fazer parte de um roteiro, estando previsto que a sessão de abertura fique no Porto e a celebração de encerramento seja em Lisboa, com a marcha EuroPride.
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