Augusto Santos Silva recebeu hoje em Lisboa o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Toshimitsu Motegi, naquela que foi a primeira visita de um chefe da diplomacia do Japão a Portugal em 18 anos e que ocorre por ocasião do 160.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.
Evocando a consolidação das “relações culturais, políticas e económicas”, o ministro português salientou, em declarações à imprensa após o encontro, que o Japão “é atualmente um dos maiores investidores estrangeiros em Portugal”, onde está presente “no setor automóvel, agroalimentar e da energia”.
“O investimento japonês em Portugal tem contribuído muitíssimo para o crescimento da economia e do emprego”, disse Santos Silva.
“Por isso permiti-me aproveitar esta reunião para transmitir ao senhor ministro o pedido de divulgar junto das empresas japonesas ligadas ao setor portuário o interesse de Portugal em ver empresas japonesas e consórcios internacionais em que empresas japonesas estão presentes a concorrerem ao concurso que está em curso para o 2.º terminal do porto de Sines”, afirmou.
Na sua declaração, o ministro japonês não se referiu diretamente a Sines, mas evocou “vários projetos económicos” que abordou com Santos Silva, através dos quais disse esperar que os dois países possam “estreitar ainda mais as relações económicas”.
Portugal lançou em outubro um concurso internacional para a construção de um novo terminal de contentores em Sines, em relação ao qual China e Estados Unidos já manifestaram interesse.
No encontro, Santos Silva disse ter informado também o ministro japonês de que o Parlamento português vai ratificar “nesta sessão legislativa” o acordo de parceria estratégica entre a União Europeia (UE) e o Japão e que Portugal vai apoiar a candidatura do Japão ao Tribunal Internacional de Justiça.
Entre os temas da agenda internacional, Santos Silva disse que abordou com Toshimitsu Motegi a presidência portuguesa da UE, no primeiro semestre de 2021, as negociações sobre a relação futura entre a UE e o Reino Unido, que já firmou um acordo comercial com o Japão, a China, a Coreia do Norte e a cooperação com África.
O ministro japonês destacou por seu turno a comunhão de valores como “a ordem do espaço marítimo, a liberdade, a democracia, os direitos humanos, o respeito pela lei” entre Portugal e o Japão e apontou o interesse em aprofundar a conversa de hoje sobre cooperação com África.
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