Apraz-me muito dizer que em Portugal estão a ser dados excelentes passos para integrar a questão da segurança”, para partilhar informação de forma eficaz e cooperar a nível europeu, afirmou Julian King aos jornalistas, no final de um encontro com o ministro da Administração Interna, em Lisboa.
O comissário europeu para a Segurança, encarregado da luta contra o terrorismo e o crime organizado, deu como exemplo a informação sobre as pessoas que estão nos voos, e as que entram e saem dos aeroportos portugueses, como um esforço de Portugal para generalizar esta prática em toda a Europa.
Na declaração conjunta no final do encontro, Julian King adiantou que uma grande parte da reunião foi dedicada aos problemas de segurança que a Europa enfrenta.
“Não vamos substituir-nos aos Estados-membros, que são quem tem a primeira responsabilidade pela segurança dos cidadãos, mas queremos trabalhar em conjunto para apoiar os países que estão a enfrentar este desafio”, sublinhou.
Julian King disse reconhecer o trabalho que existe da comissão em Portugal na construção da integração, acolhendo pessoas que chegam ao país, “o que constitui um desafio para todos na Europa”.
Defendeu ainda que é preciso “atacar a radicalização", tentando dissuadir as pessoas que podem cair no caminho da violência, através de vozes externas que tentam incitar ao ódio.
“Esta é uma área em que continuaremos a trabalhar juntos em toda a Europa e penso que todos podemos aprender com exemplos positivos, como o da integração bem-sucedida em Portugal”, assegurou.
O ministro da Administração Interna afirmou, por seu turno, que “Portugal é completamente solidário” com o esforço europeu na luta contra o terrorismo e “com os países na Europa que têm sido atingidos por ataques terroristas”.
“Portugal tem uma clara posição em matéria europeia na área da segurança” e “defende o aprofundamento da Europa como um espaço de liberdade, de segurança e de justiça”, afirmou.
Eduardo Cabrita salientou que Portugal se orgulha de “ser um dos países mais seguros do mundo” e quer continuar a assim.
“É por isso que estamos profundamente empenhados em trabalhar com a Comissão Europeia e foi muito importante este encontro com o comissário Julian king em torno daquilo que é uma agenda para a qual Portugal tem dado um contributo muito significativo”, frisou.
O ministro apontou medidas tomadas recentemente em Portugal como “o ponto único de contato em matéria de investigação criminal”, o sistema integrado de informação em matéria criminal, com o acesso a todas as forças e serviços de segurança, e a partilha de informação e matéria de investigação criminal.
Mais recentemente foi aprovada “uma importante lei” que faculta aos serviços de informações o acesso a metadados.
“É nesta linha que vamos continuar a trabalhar, estabelecendo a prevenção do acesso a zonas de risco em torno na organização de grandes eventos, trabalhando naquilo que é a concretização de uma agenda europeia de segurança”, frisou Eduardo Cabrita.
Como exemplos destas ações, o ministro indicou a visita do papa Francisco a Portugal em maio e a Web Summit, que está a decorrer em Lisboa.
“Portugal é, nesta matéria, uma referência quer na cooperação europeia quer na forma como acolhemos e integramos migrantes quer naquilo que nos leva a ser considerado o terceiro país mais seguro do mundo”, rematou.
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