“Muito dependerá da variação dos preços das matérias-primas e energias, mas será muito provável que aumente, até pelo impacto do aumento do salário mínimo”, perspetivou a direção da Associação do Comércio e da Indústria da Panificação (ACIP), em resposta à Lusa.
De acordo com a associação, apenas uma parte dos aumentos tem sido refletida no preço pago pelo consumidor, o restante tem sido suportado pelos produtores que, por sua vez, registam uma quebra nas margens de lucro.
Entre janeiro e outubro, verificou-se um crescimento no consumo de pão e pastelaria em Portugal, impulsionado pelo turismo.
Porém, sobretudo no último trimestre do ano, a inflação veio penalizar esta evolução positiva.
Os consumidores passaram assim a escolher produtos mais económicos, de menores dimensões e também numa quantidade mais reduzida.
“O cliente procura pães mais baratos. Não deixa de comprar produtos de pastelaria, mas nota-se uma redução do consumo deste tipo de produtos”, sublinhou a ACIP.
Apesar de não avançar números, a associação estima que as encomendas para a época do Natal vão estar abaixo das realizadas no ano passado.
Em outubro, no âmbito do acordo de médio prazo de melhoria de rendimentos, o Governo avançou com uma proposta para aumentar o salário mínimo dos atuais 705 euros para 760 euros em janeiro de 2023.
O executivo propõe que o salário mínimo evolua para 760 euros em 2023, para 810 euros em 2024, para 855 euros em 2025 e para 900 euros em 2026.
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