Esta rara intervenção pública do conservador John Bercow tornou improvável que a honra de discursar aos eleitos britânicos seja dada a Donald Trump.
Bercow disse aos parlamentares que já era contra o convite para Trump discursar na Câmara antes de este decretar a interdição temporária de imigrantes provenientes de sete Estados de maioria muçulmana.
Mas, acrescentou, depois da interdição, a sua oposição a tal discurso “ficou ainda mais forte”.
A justiça nos EUA suspendeu a interdição, o que provocou mensagens furiosas de Trump, distribuídas na rede social Twitter.
Os comentários de Bercow destacaram-se pela sua rareza, uma vez que se espera que os presidentes do parlamento britânico permaneçam acima das disputas partidárias.
Bercow é um dos dirigentes parlamentares cuja concordância é necessária para dirigir um convite a um dirigente estrangeiro para discursar aos parlamentares e aos pares.
Entre os estrangeiros que já tiveram a honra de discursar nas duas câmaras do parlamento britânico estão Nelson Mandela e o antecessor de Trump, o Presidente Barack Obama.
Bercow foi aplaudido pelos deputados da oposição, quando disse que, apesar de o Reino Unido valorizar a sua relação com os EUA, “a oposição (britânica) ao racismo e ao sexismo e o apoio (britânico) à igualdade face à lei e a uma justiça independente são consideração imensamente importantes”.
Trump deve visitar o Reino Unido durante o ano corrente, enquanto convidado da rainha Isabel II. O convite foi anunciado pela primeira-ministra Theresa May, quando visitou Trump, em Washington, em janeiro.
Mas a aparente pressa do executivo de Londres se aproximar do poder em Washington está a suscitar críticas.
Uma petição em linha contra a deslocação de Trump a Londres já recolheu maios de 1,8 milhões de assinaturas e vai ser debatida pelos parlamentares, em 20 de fevereiro.
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