O procurador requereu uma pena de quatro anos e um mês de prisão contra o presidente da câmara, Ekrem Imamoglu, por considerar “idiota” a decisão dos membros do alto conselho eleitoral de invalidar os resultados das municipais de 31 de março de 2019, que venceu.

Nesta primeira votação, Imamoglu garantiu apenas mais 13.000 votos face ao candidato do partido no poder e apoiado pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan, num escrutínio que foi invalidado. No entanto, e nas novas eleições que decorreram em junho de 2019, obteve mais 800.000 votos que o candidato oficial, uma amarga derrota para o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), no poder.

Imamoglu rejeitou a acusação de insulto, ao considerar que as suas observações contra a autoridade eleitoral se resumiram apenas a uma “crítica virulenta”.

Proveniente do CHP (social-democrata), o principal partido da oposição, Imamoglu é considerado um dos mais destacados opositores ao Presidente Erdogan.

O político da oposição tem sido regularmente visado por processos administrativos ou judiciais, o último ocorrido no início deste mês por ter mantido as mãos atrás das costas durante uma visita ao mausoléu de um sultão.

Considerado por observadores como um potencial rival de Erdogan às presidenciais de 2023, Imamoglu infligiu uma humilhante derrota ao chefe de Estado ao afastar do poder os islamitas-conservadores da liderança da maior cidade da Turquia, após 25 anos de domínio absoluto.