Este é o primeiro acordo desde o início das conversações de paz entre Bogotá e o grupo guerrilheiro.
“O primeiro ponto do acordo a que chegámos com o ELN, apenas uma semana depois do início das negociações, é permitir o regresso das pessoas deslocadas por esta organização” às suas terras, disse Gustavo Petro, durante uma cerimónia oficial em Dabeiba (noroeste).
O chefe de Estado colombiano não especificou uma data de regresso destas comunidades que fugiram dos territórios que ocupavam legalmente nas regiões de Choco (noroeste) e Risaralda (centro-oeste), devido à violência entre traficantes de droga, grupos paramilitares e guerrilheiros do ELN, a última guerrilha reconhecida na Colômbia.
Petro sublinhou que o regresso de qualquer grupo étnico da população deslocado pela violência devia ser possível em todo o território colombiano.
As negociações com o ELN, interrompidas em 2019 pelo anterior Governo, na sequência de um ataque que matou 22 pessoas, foram retomadas por Petro, o primeiro Presidente de esquerda na história da Colômbia, eleito em agosto.
Representantes do Governo e do ELN iniciaram estas novas conversações, no mês passado, na Venezuela.
Espera-se que o acordo beneficie uma comunidade que encenou várias ocupações de diferentes parques em Bogotá desde o final de 2020, em protestos que resultaram em confrontos violentos com a polícia.
O Governo colombiano e o ELN não chegaram a acordo sobre um cessar-fogo, mas acordaram, em outubro, “retomar todos os acordos e progressos realizados desde a assinatura da agenda” a 30 de março de 2016. Nas últimas semanas, os dois lados apresentaram “medidas de confiança” recíprocas, tais como a libertação de presos e uma redução nas operações.
O número de membros do ELN aumentou de 1.800 para 2.500, na sequência da suspensão das negociações, de acordo com estimativas oficiais.
Fundado em 1964 por sindicalistas e estudantes simpatizantes de Ernesto “Che” Guevara e da revolução cubana, o ELN permanece até agora o último grupo guerrilheiro, constituído como tal, ainda ativo no país, depois de a antiga guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) ter assinado um acordo de paz com as autoridades colombianas em 2016.
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