“A nossa tarefa será corrigir o erro sobre a promessa do início das negociações com a Ucrânia, porque a Ucrânia está atualmente a anos-luz da União Europeia”, disse Orbán no congresso bianual do seu partido nacionalista Fidesz, referindo-se às conversações agendadas para meados de dezembro sobre um convite formal a Kiev para o início as conversações de adesão.

No decurso do congresso do partido que hoje decorreu em Budapeste, Orbán foi reeleito presidente do Fidesz pela 11ª vez desde 2003. Nas suas declarações, assinalou que o bloqueio do caminho para uma adesão da Ucrânia à UE vai constituir uma das principais prioridades do seu Governo nos próximos meses.

Um novo país requer uma aprovação unânime de todos os Estados-membros, fornecendo a Orbán um poderoso direito de veto.

No início de novembro a Comissão Europeia recomendou o início das conversações de adesão com a Ucrânia, considerando que o Governo de Kiev “demonstrou um notável nível de poder institucional, determinação e capacidade para funcionar”.

Orbán, definido com o único aliado do Presidente russo Vladimir Putin na UE, argumentou que as negociações não devem ser iniciadas com um país em guerra, e que a integração da Ucrânia irá reorientar o sistema de distribuição de fundos atribuídos a cada um dos 27 Estados-membros.

Diversos críticos especularam que a Hungria está a utilizar a sua resistência para garantir concessões avaliadas em milhares de milhões de euros de fundos que Bruxelas bloqueou a Budapeste ao considerar que o Governo não respeita os padrões exigidos sobre direitos humanos e o Estado de direito.

Orbán já ameaçou bloquear um plano da UE sobre um pacote de ajuda à Ucrânia avaliado em 50 mil milhões de euros, e acusou Kiev de violação dos direitos dos húngaros que vivem no oeste ucraniano, impedidos de aprenderem a sua língua materna.

Em setembro também referiu ao parlamento húngaro que o seu Governo “não apoiará a Ucrânia em qualquer questão internacional” até à restauração dos direitos da minoria húngara.