Divorciada há um ano do herdeiro do trono, o príncipe Carlos, Diana e o seu novo companheiro, o empresário egípcio Dodi al Fayed, foram assediados pela imprensa durante as suas férias de verão de 1997 no Mediterrâneo.
Chegaram a Paris na tarde de 30 de agosto e jantaram naquela noite no hotel Ritz, propriedade de Mohamed al Fayed, pai de Dodi. Depois, tentaram sair discretamente pela porta dos fundos, logo após a meia-noite. Perseguido por paparazzi, o carro, um Mercedes, acabou por bater em alta velocidade contra uma coluna numa passagem subterrânea perto da Pont de l'Alma, na margem norte do rio Sena, em frente à Torre Eiffel.
Fayed e o seu motorista, que tinha um alto nível de álcool no sangue, morreram instantaneamente. O guarda-costas ficou gravemente ferido e Diana foi transferida para o hospital Pitie-Salpetriere onde, após duas horas de cirurgias, acabou por morrer às 04:00 devido a graves ferimentos no tórax.
Após o acidente, as imagens são vendidas por fortunas aos jornais. Sete fotógrafos foram presos.
A notícia do morte da "princesa do povo"
A rainha Isabel II, o seu marido, o príncipe Filipe, o príncipe Carlos e os seus dois filhos, William (15 anos) e Harry (12 anos), estavam a passar o verão em Balmoral, a residência de férias da monarca na Escócia quando se soube da notícia da morte de Diana.
A 31 de agosto, o Reino Unido acordou de luto e os londrinos começaram a colocar flores em frente ao Palácio de Buckingham e ao Palácio de Kensington, a residência da princesa.
Tony Blair, o novo primeiro-ministro trabalhista, presta uma comovente homenagem à "princesa do povo".
A família real, como habitual, assistiu à missa no domingo de manhã. O nome de Diana não foi mencionado durante o culto por medo de perturbar seus filhos.
Além disso, estava em curso a discussão sobre como tratar a morte de Diana, já que não era mais considerada um membro da família real. Carlos insistiu em usar o avião real para ir buscar o corpo pessoalmente, contrariando o desejo inicial da rainha.
Considerando o acidente, o irmão de Diana, o conde Charles Spencer, referiu que os jornais tinham sangue nas mãos. Tensos, os tabloides britânicos tentaram minimizar os estragos nos dias seguintes, mostrando adoração por Diana e desviando a atenção para a monarquia.
Ao mesmo tempo, cresceu o fervor popular. Fãs da princesa esperaram até onze horas para assinar o livro de condolências.
Um funeral complicado e seguido por milhões
A organização do funeral foi complicada. Desde o seu divórcio, Diana não era mais tratada como "alteza real" e não tinha direito a um funeral de Estado, embora ainda mantivesse o título de princesa.
No entanto, os britânicos exigiram uma homenagem digna de uma "rainha do coração".
A desolação foi agravada pelo silêncio da Casa Real, que permaneceu isolada em terras escocesas. Os jornais expressaram indignação porque a bandeira britânica não estava hasteada a meia haste no Palácio de Buckingham e pedia-se que a rainha retornasse a Londres para resolver estas questões, o que acabou por acontecer.
A rainha e o príncipe Philip foram aplaudidos quando visitaram as flores colocadas do lado de fora do Palácio de Buckingham. Depois disso, Isabel II prestou homenagem à ex-nora num discurso ao vivo na televisão no dia 5 de setembro.
No dia seguinte, quase um milhão de pessoas reuniu-se nas ruas para assistir ao cortejo fúnebre em profundo silêncio, quebrado apenas por soluços, lágrimas e toques de sinos.
Quando o funeral passou pelo Palácio de Buckingham, a rainha Isabel II inclinou a cabeça. Na residência real, a bandeira britânica foi hasteada a meio haste.
De cabeça baixa, os príncipes William e Harry caminharam atrás do caixão, acompanhados por Carlos, Filipe e Charles Spencer.
Na Abadia de Westminster, a cerimónia teve 2.000 convidados, incluindo Tony Blair, a primeira-dama americana Hillary Clinton, o tenor Luciano Pavarotti, a ex-primeira-ministra Margaret Thatcher e o ator Tom Cruise. Elton John adaptou a sua música "Candle in the wind" com passagens que homenageavam Diana.
À tarde, o caixão foi levado para Althorp, onde fica a casa da família de Diana. Ao longo do caminho, as pessoas fizeram fila nas estradas e atiravam flores ao carro funerário, algo realmente incomum no Reino Unido.
A princesa foi discretamente enterrada numa pequena ilha, situada num lago na propriedade da família.
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