Grupos ambientalistas acusaram um príncipe da família real do Liechtenstein de disparar e matar o maior urso da Roménia, conta o The Guardian.
De acordo com as organizações ambientais, o urso — que se chamava Arthur — foi abatido em março numa área protegida dos Cárpatos. O príncipe tinha recebido uma aprovação especial do Ministério do Ambiente romeno para abater um urso fêmea que tinha causado danos a explorações agrícolas em Ojdula. Todavia, não terá sido esse o animal morto.
"Na realidade, o príncipe não matou o urso problemático, mas sim um macho que vivia nas profundezas da floresta e que nunca se tinha aproximado das localidades", afirmam as ONG. "O urso chamado Arthur foi observado durante muitos anos pelo guarda-florestal da região e era conhecido como um espécime selvagem, não acostumado à presença do homem e às fontes de alimento que ele oferecia".
A Associated Press relatou ter visto documentos oficiais de caça que confirmaram que o príncipe Emanuel recebeu uma licença de caça de quatro dias em março, no condado de Covasna, e que a 13 de março "apanhou" um urso castanho de 17 anos, pelo qual alegadamente pagou 7.000 euros.
Esta é a idade atribuída a Arthur, considerado o maior urso observado na Roménia — e provavelmente o maior a viver na União Europeia.
"Pergunto-me como poderá o príncipe confundir um urso fêmea que vem à aldeia com o maior macho que existia nas profundezas da floresta", observou Gabriel Paun, presidente de uma das associações, dizendo que achava "claro que o príncipe não veio para resolver o problema dos habitantes locais, mas para matar o urso e levar para casa o maior troféu para o pendurar na parede".
Na Roménia, a caça para obter troféus está proibida desde 2016 e os ursos pardos são uma espécie protegida. Até ao momento, o príncipe não fez qualquer declaração sobre o sucedido.
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