Em declarações à Lusa, fonte da PJ referiu que o suspeito foi presente hoje a primeiro interrogatório judicial, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação mais gravosa.

Na quinta-feira, a Judiciária anunciou a detenção do presumível autor de um crime de incêndio florestal ocorrido no domingo em Albergaria-a-Velha, local onde morreram duas pessoas nos incêndios dos últimos dias.

Em comunicado, a PJ esclareceu que o homem “é ainda suspeito de ter sido o autor de três incêndios ocorridos nas localidades de Branca e São Marcos, em Albergaria-a-Velha, e em Serém, Águeda, no passado dia 21 de julho”.

De acordo com a investigação, o detido terá ateado o fogo com ”recurso a chama direta” em zonas de extensa mancha florestal, próximas de várias habitações e instalações industriais e agrícolas”, atuando ”num quadro de compulsividade”.

Além deste detido, a PJ de Aveiro deteve esta semana mais três pessoas, suspeitas de atearem incêndios florestais em Cacia (Aveiro), Murtosa e Vagos, que também ficaram sujeitas à medida de coação de prisão preventiva.

Sete pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas nos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabilizava, às 19:30 de quarta-feira, 34 incêndios ativos, sendo que destes 18 assumiam uma dimensão “significativa” e mobilizavam mais meios. No combate a estes 18 incêndios estavam envolvidos 2.434 operacionais, apoiados por 734 meios terrestres e 23 meios aéreos.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.