As manifestações assinalaram 40 dias desde que as autoridades iranianas executaram dois homens condenados à pena de morte devido a acusações relacionadas com os protestos que têm ocorrido desde setembro.

A vaga de protestos foi desencadeada pela morte em 16 de setembro de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos que estava sob a custódia da chamada polícia de costumes após ter sido detida por supostamente estar a usar o véu islâmico de forma incorreta.

Vídeos mostraram manifestações na capital, Teerão, bem como nas cidades de Arak e Isfahan (centro), Izeh, na província de Khuzestan (sudoeste), e Karaj (norte), disse o grupo iraniano Ativistas dos Direitos Humanos, citado pela agência de notícias Associated Press.

Vídeos publicados pela Organização de Direitos Humanos de Hengaw mostraram estradas bloqueadas por objetos em chamas na capital da província do Curdistão, Sanandaj (oeste), que tem sido palco de manifestações consecutivas desde a morte de Amini.

A organização publicou um vídeo em que manifestantes gritavam “Morte ao ditador”, um cântico repetido em outros vídeos aparentemente filmados em Teerão, visando o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, de 83 anos.

A imprensa estatal iraniana não publicou até ao momento qualquer notícia sobre as manifestações.

Desde que começaram os protestos, pelo menos 529 pessoas foram mortas, de acordo com ativistas de direitos humanos.

Também as autoridades iranianas admitiram que centenas de pessoas, incluindo membros das forças de segurança, foram mortas no âmbito das manifestações, que diminuíram de dimensão nas últimas semanas.

Mais de 19.700 pessoas de pessoas, incluindo figuras culturais, advogados e jornalistas, foram presas e mais de uma centena foi condenada sumariamente à pena de morte — até agora, o regime iraniano executou pelo menos dois dos condenados — o que tem gerado acesas críticas da comunidade internacional.