Esta posição foi transmitida por Maria Manuel Leitão Marques em plenário, na Assembleia da República, durante o período de declarações políticas, depois de confrontada com críticas do PCP e, sobretudo, do Bloco de Esquerda, em relação à intenção do primeiro-ministro, António Costa, incluir os liberais europeus na constituição de uma nova maioria política na União Europeia.
"A intenção é procurar assegurar uma maioria que garanta alguns dos valores que defendemos", respondeu a ex-ministra da Presidência, adiantando que essa solução deve ter "a flexibilidade suficiente para encontrar na União Europeia a geometria e o equilíbrio que assegure o essencial".
"Ora, isso tem de fazer-se com compromissos. Não há outra forma", sustentou.
Ainda na sua resposta ao líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, e ao deputado do PCP António Filipe, a deputada socialista procurou frisar que essa solução política que anda a ser procurada por António Costa na frente europeia não inclui apenas o Presidente de França, Emmanuel Macron, da corrente liberal, mas, igualmente, o líder do Syriza e primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras.
Na sua intervenção inicial, Maria Manuel Leitão Marques deixou vários recados, o primeiro deles para os setores que agora se manifestam preocupados com a elevada taxa de abstenção registada nas eleições de domingo passado.
"Tomara que as lágrimas pela abstenção não sejam de crocodilo, às vezes choradas por quem é cúmplice da tragédia", disse.
Maria Manuel Leitão Marques defendeu depois que os resultados de domingo, apesar dos "recuos" verificados nos últimos anos, mostraram que "o projeto de uma União Europeia democrática continua a reunir o apoio da maioria das forças políticas que o têm suportado sem hesitações, nos seus dias bons e nos seus dias maus".
Mas a 'número dois' europeia do PS também se referiu de forma implícita aos ataques de que foi alvo o cabeça de lista do seu partido, Pedro Marques, ao longo da última campanha eleitoral.
"Para nós socialistas, esta foi uma vitória de quem entende a política como um combate de ideias e não como um ataque sujo aos adversários e à sua dignidade pessoal", afirmou.
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