Estas críticas foram proferidas por João Torres em reação às declarações esta tarde proferidas por Luís Montenegro, em Coimbra, durante as comemorações do 49º aniversário do PSD, ocasião em que afirmou que Portugal está atualmente a perder mais qualidade de vida e bem-estar do que entre 2011 e 2015, período em que os sociais-democratas governaram em coligação com o CDS-PP.
"Com um condicionalismo inacreditável [assistência financeira externa], nós conseguimos [entre 2011 e 2015], apesar disso tudo, não perder tanta qualidade de vida e tanto bem-estar como aquele que tem sido perdido nos últimos anos”, sustentou o líder social-democrata.
Porém, para João Torres, este discurso “está descolado da realidade passada, presente e futura”, representando antes “uma tentativa de reescrever a História, narrando uma História truncada sobre os governos desde o 25 de Abril de 1974”.
“A História que Luís Montenegro contou envergonha seguramente aqueles que testemunharam muitas das circunstâncias do Portugal democrático desde a revolução dos cravos, particularmente quando se refere aos episódios da assistência financeira externa, onde falta à verdade objetivamente. Quando se refere à adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), omitiu o papel crucial do PS no processo de adesão”, disse, em declarações à agência Lusa.
O “número dois” da direção dos socialistas criticou também o presidente do PSD por “procurar branquear os resultados da governação e as medidas de resposta à inflação”.
“Já passou mais de uma semana que foi conhecido que Portugal foi o país da zona euro que mais cresceu em cadeia no primeiro trimestre deste ano e um dos países que mais cresceu em termos homólogos, mas Luís Montenegro continua a falar em empobrecimento. Era altura de poder comentar esses resultados económicos, mas não o faz porque quer escamotear os bons resultados da governação”, considerou.
O secretário-geral adjunto do PS acusou ainda o líder do PSD de procurar “branquear as medidas do Governo de resposta à inflação”.
“Fá-lo até, por vezes, de uma forma absolutamente infantil. O caso mais paradigmático dessa infantilidade de fazer oposição diz respeito às pensões, matéria em relação à qual disse que o Governo estava em campanha eleitoral. A realidade tem desmentido permanentemente a narrativa do maior partido da oposição”, apontou.
Para o secretário-geral adjunto do PS, o discurso hoje proferido por Luís Montenegro “pareceu mesmo de defesa e de justificação interna da sua própria fragilidade e incapacidade em assumir-se como alternativa”.
“Foi um discurso de reconhecimento do seu falhanço enquanto líder da oposição. E é pena porque todos os democratas desejam oposições fortes e credíveis. Mas a oposição de Luís Montenegro tem sido um tiro ao lado”, acrescentou.
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