“Face aos constrangimentos e denúncias que nos últimos dias têm chegado aos órgãos de comunicação social pela falta de lugares disponíveis nos voos entre as ilhas da nossa região, o PSD vai solicitar com urgência – e esperemos que esse agendamento seja feito com a devida urgência que a situação exige – a presença da secretária regional dos Transportes e Obras Públicas à Comissão de Economia para se pronunciar sobre a mobilidade interilhas de todos os açorianos e sobre os recentes cancelamentos das rotas entre Lisboa, Horta e Pico”, adiantou a deputada Mónica Seidi.
A vice-presidente da bancada parlamentar social-democrata falava hoje, em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião com a direção da Aerogare Civil das Lajes, na ilha Terceira, que marcou o início das jornadas parlamentares do PSD naquela ilha.
A deputada social-democrata disse que “o caos está instalado” nos transportes marítimos e aéreos nos Açores, em plena época alta, e defendeu uma mudança de políticas.
“Os açorianos não podem ficar reféns de um governo que não tem uma política declarada a nível dos transportes aéreos e dos transportes marítimos. É necessária uma nova visão neste setor, são necessários novos protagonistas. E até agora o Governo Regional não tem sido capaz de se antecipar de forma sucessiva aos problemas que ano após ano são tornados públicos”, frisou.
O Governo Regional já tinha solicitado, na passada sexta-feira, uma audição da secretária regional dos Transportes e Obras Públicas, em sede de comissão parlamentar, "para esclarecer os deputados sobre a operação de transporte marítimo de passageiros e viaturas na região".
O líder do PSD/Açores anunciou na sexta-feira ter pedido uma reunião com “caráter urgente” ao presidente do Governo Regional para abordar os “falhanços” na operação de verão de transporte marítimo de passageiros e viaturas na região, mas o executivo disse, horas mais tarde nesse mesmo dia, que "essa intenção não chegou a ser formalizada".
A empresa pública de transportes marítimos dos Açores Atlânticoline conta atualmente apenas com um navio de maior dimensão para assegurar a operação de verão, porque o armador do navio “Azores Expres”, que deveria ter chegado à região em maio, rescindiu contrato, obrigando a empresa a fretar outra embarcação.
Também o ‘ferry’ “Gilberto Mariano”, que faz ligações entre as ilhas de São Jorge, Pico e Faial, sofreu uma avaria, estimando-se que fique imobilizado até ao final do mês.
Na ilha Terceira, Mónica Seidi reivindicou também “mais ambição” do executivo açoriano, no sentido de dinamizar o Aeroporto Internacional das Lajes, certificado para uso permanente pela aviação civil, em julho de 2018.
“Na prática, não se verificou um aumento de escalas técnicas, não houve até ao momento captação de novos fluxos turísticos para a ilha e isso, obviamente, enquanto não acontecer, não irá potenciar o tal almejado desenvolvimento económico da ilha Terceira e de toda a região”, frisou.
Segundo a deputada social-democrata, o processo de certificação trouxe expectativas aos empresários da ilha, mas o executivo açoriano tem sido “incapaz” de promover o destino.
“Todo este processo fez com que os empresários da ilha tivessem expectativas, tivessem realizado investimentos, que se calhar agora não estão a ter o devido retorno, porque de facto o que se vê é que do ponto de vista prático a certificação ainda não veio de todo corresponder a essas expectativas”, apontou.
Um dia depois de a chuva intensa ter provocado inundações e estragos na ilha Terceira, Mónica Seidi reiterou a importância de os Açores terem três radares meteorológicos, enviando uma mensagem de solidariedade à população afetada e uma mensagem de agradecimento aos serviços que prestaram auxílio.
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