"O PS abriu um precedente gravíssimo no relacionamento entre os grupos parlamentares porque não conseguiu demonstrar nenhuma justificação para sustentar a sua posição", defendeu Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas, no parlamento.
Questionado se o PSD irá apresentar um novo nome para o cargo, Montenegro respondeu que "não há plano B" e que o partido irá agora "avaliar" todo este processo nos órgãos nacionais do partido.
A deputada e vice-presidente do PSD Teresa Morais falhou hoje os dois terços necessários para ser eleita para o Conselho de Fiscalização das ‘secretas’, conseguindo 112 votos em 212 votantes, quando necessitava de 142.
Luís Montenegro salientou que a deputada e vice-presidente do PSD obteve a maioria dos votos expressos e ultrapassou os votos do grupo parlamentar proponente, o PSD, que tem 89 parlamentares.
"Queríamos lamentar profundamente o desfecho deste ato eleitoral, que fica a dever-se a uma intransigência e a uma discriminação absolutamente injustificada relativamente à rejeição do PS de subscrição desta candidatura", sublinhou.
O líder parlamentar do PSD recordou ainda que na audição parlamentar realizada na terça-feira não se registaram posições negativas em relação ao nome de Teresa Morais, incluindo da bancada do PS, e lembrou que uma eleição de dois terços implica sempre a consensualização entre os dois maiores grupos parlamentares.
"O PS entende abrir aqui uma nova forma de encarar as eleições, em que parece querer escolher as personalidades candidatas aos órgãos, mesmo quando assume à partida que essa escolha cabe ao outro grupo parlamentar", acusou Montenegro, acrescentando que essa atitude "inexplicável e insustentável será objeto de apreciação em sede própria, no caso os órgãos do PSD".
Questionado se tenciona levar esta matéria ao presidente da Assembleia da República, Montenegro respondeu negativamente.
"Não creio que seja essa a forma de ultrapassar aquilo que diz respeito apenas ao PS", afirmou.
O PS manifestou a sua oposição à escolha de Teresa Morais antes até da formalização da candidatura por parte do PSD, tendo a própria admitido, na terça-feira, que a eleição seria difícil.
O antigo vice-presidente do PSD Paulo Mota Pinto terminou o seu mandato à frente do CFSIRP em março e, em abril, uma fonte do PS admitiu à Lusa que os socialistas aceitavam a continuação do antigo vice-presidente do PSD no cargo.
Num clima de desentendimento entre os dois maiores partidos, em que também a escolha dos membros eleitos para a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) está num impasse, o PSD propôs, em maio, o nome da ex-ministra e deputada Teresa Morais.
Nos dias seguintes, o PS fez várias declarações em que recusou a escolha da Teresa Morais, por não ter um perfil adequado e fonte socialista afirmou que o partido não subscreveria a proposta do PSD.
[Notícia atualizada às 18:34]
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